A pandemia empurrou para segundo plano vários cuidados com a saúde e o bem-estar dos portugueses, nomeadamente as rotinas que promovem uma boa saúde óssea. Por considerar urgente o diagnóstico  e o conhecimento sobre a saúde óssea, a Associação Portuguesa de Osteoporose (APO) retoma, este ano, o programa de rastreios presenciais e gratuitos, bem como o aconselhamento nutricional, junto da população, alertando para a gravidade da doença e sensibilizando para os fatores de risco e formas de prevenção. O programa de rastreios terá início a 20 de outubro, Dia Mundial da Osteoporose, e decorrerá até 23 de outubro, entre as 10h00 e as 23h00 no Mar Shopping de Matosinhos.

Na mesma data (20 de outubro), no auditório da FNAC do mesmo local (Mar Shopping de Matosinhos), a APO promove o encontro “Uma hora de conversa sobre Osteoporose”, das 14h00 às 15h00. Nesta conversa estarão o reumatologista Tiago Meirinhos e o nutricionista João Rodrigues, com a moderação da jornalista Carla Ascenção, e juntos farão uma “consulta aberta”, expondo as principais informações sobre a doença (o que é, quem atinge, como prevenir, como tratar, entre outros tópicos) e respondendo às questões da plateia.

No dia 7 de novembro, a Corrida dos Ossos Saudáveis, organizada em parceria com a Mimosa e com a Runporto, chega às ruas do Porto para encerrar as ações de sensibilização da APO no âmbito do Dia Mundial da Osteoporose. A Corrida dos Ossos Saudáveis tem como propósito promover o leite e a corrida como grandes aliados da saúde óssea e é uma prova solidária inserida na EDP Maratona do Porto, com angariação de fundos a reverter para a APO.

Em Portugal, a osteoporose atinge cerca de meio milhão de portugueses, em particular mulheres acima dos 50 anos, e é responsável por cerca de 50 mil fraturas por ano. Em todo o mundo, esta doença afeta mais de 200 milhões de pessoas e estima-se que, de três em três segundos, aconteça uma fratura por osteoporose. As fraturas devidas à osteoporose são, de resto, uma das maiores causas de dor, de incapacidade a longo prazo e de perda de independência entre os adultos com idades mais avançadas, e podem mesmo conduzir a morte prematura. Em Portugal, os dados indicam que custa 120 milhões de euros por ano ao SNS e que mais de 75% desses custos sejam atribuíveis à osteoporose nas mulheres.

“Retomados os cuidados de saúde vários, é urgente olhar novamente para a osteoporose e contrariar esta doença. O lema é: nunca é tarde, nem nunca é cedo demais para se olhar para a osteoporose e tomar as medidas necessárias para a prevenir. A verdade é que se durante a nossa vida adotarmos uma alimentação saudável e rica em cálcio, praticarmos exercício físico e assegurarmos uma exposição regular ao sol, estamos a cuidar dos nossos ossos e a prevenir ou adiar quadros de osteoporose no futuro”, sublinha Pedro Cantista, Presidente da APO.

A prevenção da osteoporose pode ser feita através de pequenos gestos diários. Desde logo, com uma alimentação equilibrada e rica em cálcio, que vai desempenhar um papel fulcral no fortalecimento da massa óssea. Segundo a APO, 60% das mulheres e quase metade dos homens não ingerem cálcio em quantidade suficiente. Assim, é recomendada uma alimentação rica em cálcio, com especial destaque para o leite e seus derivados pela quantidade e qualidade do cálcio que aportam.

Outra das indicações é a prática regular de exercício físico: 30 minutos de caminhada por dia, a par da adoção de hábitos mais saudáveis, como substituir o elevador pelas escadas, usar menos vezes o carro e fazer pausas ao longo da jornada de trabalho, são suficientes para permitir que os ossos se tornem mais fortes. A eliminação de hábitos de vida como fumar, beber em demasia e ter excesso de peso tem também impacto na prevenção da doença.

Por fim, assegurar a exposição ao sol, durante 15 minutos por dia, é fundamental para garantir a produção de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio pelo organismo. Em Portugal, apesar da grande exposição solar, a deficiência de vitamina D é prevalente, pelo que a APO defende a vigilância regular dos níveis de vitamina D e mesmo a  suplementação, com o devido acompanhamento médico, sempre que necessário.