Em comunicado enviado hoje, o SEP refere ainda que, em resultado de uma maior afluência aquele serviço, os tempos de espera são ultrapassados “muito para além do desejável", existindo doentes em maca nas salas de triagem e demais espaços livres, e afirma que se "tornou mais visível a falta de recursos humanos e materiais, comparativamente a outras épocas do ano".

Confrontado com as acusações e denúncias do SEP, em resposta escrita à Lusa, a administração do Hospital de Guimarães "desmente categoricamente e de forma absoluta, qualquer tipo de caos na urgência, tempos de espera além do desejável e falta de recursos humanos e materiais", embora reconheça um aumento do acesso ao Serviço de Urgência.

Sobre os tempos de espera, o hospital garante no Serviço de Urgência "têm estado perfeitamente dentro do adequado".

"Podemos mesmo referir que, por exemplo, na primeira semana de 2018 (01 a 08 de janeiro) tivemos um aumento de 13% no número de episódios de urgência, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Apesar deste aumento, reduzimos em 3% o tempo médio de espera, desde a triagem até à primeira observação médica", escreve a administração do hospital.

No comunicado, o SEP refere ainda que, "atempadamente, solicitou reunião à administração do hospital para discutir um plano de admissão de enfermeiros que tinha como objetivo pagar as horas em dívida, aumentar o número de efetivos diminuindo a estrutural carência de enfermeiros e admissões de enfermeiros ao abrigo do Plano de Contingência", mas que a administração "até à data não agendou reunião".

Segundo aquele sindicato, o reforço da equipa de Enfermagem "só aconteceu a 09 de janeiro, no início no turno da tarde" e, "de acordo com a informação obtida junto da Enfermeira Diretora, haverá, ainda, a contratação de 12 enfermeiros, estando já a proceder às entrevistas".

A administração do Hospital de Guimarães confirmou que, "efetivamente, tem existido um reforço de recursos humanos", sendo que "o plano de contingência do hospital para esta época, que já está ativo, previu o reforço do número de médicos, enfermeiros e outros técnicos de saúde para o Serviço de Urgência nesta época, acima de tudo pela rotatividade dos mesmos".

Apesar de considerar que "as afirmações do SEP não têm adesão à realidade face aos dados existentes", e de desmentir "qualquer falta de materiais, em qualquer área do hospital", aquela administração reconhece que há por onde melhorar.

"O que não negamos é que o Serviço de Urgência precisa de facto de melhorias, sobretudo ao nível dos espaços, condições de atendimento e condições de trabalho. Por isso, como é do conhecimento público, estamos prestes a lançar obras no mesmo, com reestruturação e ampliação, num valor total de 3,1 milhões de euros", refere.