O balanço foi hoje feito pela ministra da Saúde, Marta Temido, e pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, numa conferência de imprensa para dar conta do evoluir da situação da epidemia do novo coronavírus, que provoca a doença COVID-19.

Marta Temido citou os mesmos números que tinham sido divulgados na manhã de hoje, disse que do total de doentes um inspira mais cuidados, e acrescentou que na quarta-feira vai reunir-se o Conselho Nacional de Saúde, que irá discutir questões como a antecipação das férias escolares da Páscoa ou o funcionamento dos grandes museus.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

A ministra reafirmou a importância de as populações respeitarem as indicações das autoridades de Saúde, como manterem-se isolados em caso de necessidade, evitarem viajar para zonas de risco, lavarem as mãos e não visitar pessoas vulneráveis.

“É fundamental que nos preparemos para a fase seguinte do surto”, alertou Marta Temido, explicando que as autoridades de Saúde ao mesmo tempo que estão a tentar conter o vírus também estão a preparar-se para um maior afluxo a hospitais ou para colheitas de sangue através do INEM, incluindo ao domicílio.

Quer a ministra quer a diretora-geral explicaram que até agora todos os casos de infeção com o novo coronavírus têm ligação epidemiológica a algum sítio ou caso, e que quando isso deixar de acontecer e a doença se espalhar através de contágio local deverá passar-se da atual fase de contenção para uma fase de mitigação.

“Neste momento os portugueses têm cumprido genericamente as indicações das autoridades de saúde pública”, disse, apelando para que sejam cumpridas as orientações das autoridades.

Questionadas pelos jornalistas, as duas responsáveis disseram que dos 41 casos de infeção um deles está a ser tratado no domicílio, por circunstâncias específicas, algo que no futuro pode ser uma “tendência dominante”, disse Graça Freitas.

Graça Freitas disse também que os bombeiros de todos os distritos vão receber formação das autoridades de saúde locais.

E Marta Temido, também nas respostas aos jornalistas, afirmou que os hospitais procurarão, caso necessário, fazer uma gestão equilibrada dos meios (como ventiladores) e disse que alguns hospitais estão a comprar equipamentos, como ventiladores, e outros a verificar equipamentos que tenham em reserva.

A epidemia de COVID-19 (a doença provocada pelo novo coronavírus) foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Portugal registou até ao momento 41 pessoas infetadas.

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