Uma investigação publicada no Journal of the American College of Cardiology confirma um estudo prévio de 2008 que adiantava que ao fim de semana a mortalidade hospitalar tende a aumentar face a um qualquer dia de semana útil.

Segundo o novo estudo, entre 2000 e 2014, a sobrevivência a uma paragem cardíaca durante a semana aumentou de 16 para 25,2%, enquanto a sobrevivência durante a noite e fins de semana subiu de 11,9 para 21,9%, ou seja, essa discrepância manteve-se.

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A análise do chamado "efeito fim de semana", como os médicos lhe chamam, incluiu casos de paragens cardiorrespiratórias, complicações como hemorragias cerebrais e embolias pulmonares.

Uchenna Ofoma, médico e autor da investigação levada a cabo pela Universidade Temple, na Pensilvânia, Estados Unidos, salvaguarda que os pacientes que morreram poderiam ter outros problemas de saúde que não foram avaliados no estudo.

Realidade confirmada em Portugal

Nos hospitais públicos portugueses morre-se, em média, duas vezes mais aos sábados do que durante a semana e ao domingo três vezes mais.

As conclusões são de 2006, segundo um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública, que conclui que em 2012 (ano do período de análise) morreram mais 6.712 pessoas ao fim-de-semana do que seria esperado.

O estudo, da autoria de Inês Funenga, que sublinha que o "efeito fim-de-semana" é bem conhecido em termos internacionais e que se relaciona com a existência de equipas mais reduzidas, tempos de espera maiores e mais dificuldades em realizar determinados exames.