De acordo com os responsáveis pelo projeto, designado Symbiosis, a transição do estado de latência da doença para a fase ativa deve-se, sobretudo, a desregulações do sistema imunitário, causadas por outras infeções, como o HIV, por doenças metabólicas, como a diabetes, ou por terapias imunes.

Para combater a patologia, continuaram as investigadoras, são necessárias intervenções personalizadas, que possam enfrentar os vários aspetos da tuberculose.

"O desenvolvimento de testes moleculares que estratifiquem os cerca de dois mil milhões de indivíduos com tuberculose latente, consoante o seu risco de reativação, permite tratar apenas os que apresentam maior perigo", explicaram.

Segundo indicaram, os resultados obtidos durante a investigação apontam para um possível biomarcador (molécula), que distingue dois grupos entre as pessoas com a doença latente, que apresentam diferenças quando expostos à bactéria que leva à ativação da doença.

Na hipótese que estão a desenvolver, os indivíduos latentes que não têm a bactéria não precisarão de ser submetidos à antibioterapia preventiva - uma terapia que, no caso da tuberculose, é aplicada como forma de assegurar que não ocorra uma reativação da doença.

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Deste projeto fazem parte as investigadores Lúcia Brandão e Helena Sá, do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde da Universidade do Porto (CINTESIS) e do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), e Margarida Saraiva, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), bem como vários clínicos.

O Symbiosis é apoiado pelo RESOLVE, um programa do i3S que auxilia a transferência de conhecimento científico e tecnológico de projetos inovadores, em estágio inicial, com potencial de se traduzir em soluções para o benefício do doente e dos profissionais de saúde.