Falando durante a apresentação do “Plano Saúde & Verão”, da Direção-Geral da Saúde (DGS), Francisco George alertou para a necessidade de se começar a prevenção contra carraças e mosquitos, particularmente na Região Autónoma da Madeira, onde existe uma população de mosquitos aedes aegypti, vetores de doenças como dengue, febre-amarela, chikungunya e zika.
“Estamos preocupados com a Região Autónoma da Madeira, onde há mosquitos aedes aegypti, que motivam cuidados acrescidos”, tais como resguardar as pessoas em “ambientes com redes embebidas em inseticida”, afirmou.
Outra preocupação da DGS prende-se com a epidemia de febre-amarela em Angola e a possível importação de casos para Portugal, cujo risco vai ser estudado, adiantou, lembrando, por exemplo, que os casos importados de zika têm aumentado.
Os riscos das doenças de transmissão vetorial, as medidas de prevenção e respostas a adotar para a população vão ser avaliados num encontro a ter lugar ainda este mês com as autoridades da Região Autónoma da Madeira, afirmou.
“A avaliação do risco para a Região Autónoma da Madeira vai ser feita numa jornada a ter lugar no dia 12”, encontro onde será também discutido o problema da febre-amarela em Angola e a possível importação de casos, explicou, acrescentando que, nessa reunião, serão adotadas medidas para os cidadãos.
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A epidemia de febre-amarela em Angola - a pior em 30 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) - já matou 218 pessoas entre dezembro, quando foi detetado o primeiro caso em Luanda, e o final de março.
De acordo com o mais recente boletim sobre a evolução da epidemia, do ministério angolano da Saúde e da OMS, até 31 de março estavam confirmados laboratorialmente 493 casos de febre-amarela, havendo registo de mais uma centena de casos suspeitos em dois dias.
Segundo a subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, do “Plano Saúde & Verão” constam medidas como a campanhas de sensibilização para a população sobre a importância de fazerem uma alimentação saudável, de se hidratarem, de prevenirem intoxicações alimentares (mais frequentes em períodos de calor), acidentes (como afogamentos), de se protegerem dos raios ultravioleta e de evitarem o consumo excessivo de álcool.
Num balanço ao plano de contingência para a época de inverno, Graça Freitas destacou que foi “uma época bastante benigna, com impacto na mortalidade que não existiu”, uma vez que o número de mortes por síndrome gripal foi muito inferior a anos anteriores.
“As temperaturas não foram muito baixas, os vírus não tiveram uma atividade muito intensa, a vacinação correu bem e os serviços conseguiram mostrar capacidade de resposta ao aumento de procura”, sintetizou a responsável.
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