“A transferência da Unidade de Ventilação Não Invasiva – serviço não-covid – para o Hospital Pulido Valente já estava prevista no plano do CHULN [Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Norte], uma unidade exatamente com a mesma capacidade – 15 camas - e condições técnicas, com toda a segurança clínica devidamente acautelada”, explica a unidade hospitalar.

A fonte esclarece ainda que a enfermaria do Hospital Pulido Valente “está preparada especificamente com as condições de pressão negativa e monitorização em tudo sobreponíveis às existentes no Hospital de Santa Maria”.

No espaço onde estavam estes doentes será instalada “nos próximos dias” uma nova Unidade de Cuidados Intensivos, com 10 camas, “para responder à enorme pressão assistencial no CHULN e na Região”, acrescenta.

O esclarecimento do Santa Maria surge depois de, na quarta-feira à noite, a TVI ter noticiado que a ala covid-19 do hospital tinha esgotado a capacidade, obrigando à transferência de doentes.

Numa nota enviada à Lusa, o Santa Maria adianta que o centro hospitalar tem vindo a aumentar a capacidade à medida da evolução da procura, explicando que, “em cerca de duas semanas, o CHULN somou um total de 100 camas ao seu plano de contingência covid que tinha sido preparado para esta fase – de um total de 160 para 260 camas, entre enfermarias e UCI [Unidade de Cuidados Intensivos]”.

Perante a grande pressão na urgência dedicada a doentes respiratórios e nos internamentos, o CHULN alargou na última semana o seu plano de contingência covid.

Assim, na área da urgência covid houve um reforço da capacidade de resposta com uma segunda estrutura “já a funcionar junto à Urgência Central, com capacidade para cerca de 10 doentes” e “os atuais postos de atendimento/boxes/quartos da urgência autónoma passarão de 33 para 51 doentes atendidos em simultâneo”.

No internamento covid em enfermaria, a capacidade passou de 160 para 200 camas, com a abertura, no último fim de semana, de uma enfermaria com cerca de 20 camas e mais 20 camas noutra enfermaria que começou a funcionar esta semana, informa.

Já nos cuidados Intensivos, a capacidade atual de internamento para doentes com covid-19 contempla 52 camas, “estando previstas mais seis vagas em UCI num próximo passo”, acrescenta.

Na quarta-feira, a ministra da Saúde afirmou que a atual situação da pandemia da covid-19 está a colocar a capacidade de resposta do setor no limite e admitiu que os números ainda vão se agravar nos próximos dias.

“Os profissionais de saúde têm nos levado a acreditar que conseguem sempre fazer mais um pouco, mas neste momento sinto que estamos muito próximo do limite e que há situações em que estamos no limite”, afirmou Marta Temido, numa entrevista na RTP3.

“Quando entramos na segunda vaga, em novembro, tínhamos afetas à covid-19, em ambiente do Serviço Nacional de Saúde, cerca de 1.145 camas e hoje temos cinco mil”, disse Marta Temido, que reconheceu que, apesar do crescimento do número de camas, se está a “atingir o limite da capacidade de resposta”.

Portugal registou quarta-feira 219 mortes relacionadas com a covid-19 e 14.647 novos casos de infeção com o novo coronavírus, os valores mais elevados desde o início da pandemia, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

O número de internamentos está a subir desde o dia 1 de janeiro, dia em que estavam 2.806 pessoas internadas.