À medida que os países da África subsaariana começam a anunciar progressos na obtenção das vacinas, Mutahi Kagwe afirmou na quarta-feira que os trabalhadores da saúde e professores terão prioridade para as vacinas no centro económico da África Oriental e que a toma das vacinas será voluntária.

Por revelar ficou o preço das doses das vacinas. No passado, o Governo do Quénia afirmou esperar que os 24 milhões de doses iniciais fossem gratuitas – através da iniciativa global COVAX, destinada a assegurar as vacinas para os países de menor rendimento — e que o Governo pagaria por mais 12 milhões de doses.

O Quénia tem participado num ensaio de pequena escala da vacina AstraZeneca, que requer duas doses, administradas com semanas de intervalo.

A vacina pode ser armazenada naquilo a que a AstraZeneca chamou de “condições normais de refrigeração”, o que poderá ajudar algumas zonas do continente africano com infraestruturas deficientes que poderão pôr em causa a distribuição em massa das doses.

Hoje, a África do Sul anunciou que começará a receber 1,5 milhões de doses da vacina AstraZeneca no final deste mês, o primeiro acordo anunciado para doses neste país que contabiliza mais de um milhão de infeções.

Com mais de 50 milhões de pessoas, o Quénia regista cerca de 97.000 casos de infeção pelo novo coronavírus.

Recentemente, o número de infeções diminuiu e as escolas reabriram esta semana, mas os profissionais de saúde no Quénia manifestaram preocupação pela falta de apoio, uma vez que alguns médicos e outros profissionais de saúde estão a morrer por falta de proteção na prestação de cuidados.

Médicos de todo o país fizeram uma breve greve no mês passado contra a falta de equipamento de proteção pessoal e por seguros adequados.

Enquanto alguns dos países mais ricos de África estão agora a anunciar acordos para a aquisição de vacinas – Marrocos anunciou no mês passado ter encomendado 65 milhões de doses da AstraZeneca e da Sinopharm da China – não é claro quanto tempo levará para que as vacinas cheguem aos 54 países do continente sem os recursos necessários para fazerem os seus próprios acordos.

O chefe dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças manifestou o seu receio de que o coronavírus possa tornar-se endémico em algumas partes de África, caso se demore mais de dois ou três anos a vacinar 60% da população do continente de cerca de 1,3 mil milhões de pessoas.