A decisão foi tomada hoje em Conselho de Ministros e anunciada pela ministra da Presidência, Mariana Viera da Silva.

“Cada cidadão não pode circular entre concelhos, como aconteceu no passado”, revelou a ministra, explicando que a medida entra em vigor entre as 00:00 de 30 de outubro até ao dia 03 de novembro.

Segundo a ministra, “estão previstas regras semelhantes às da Pascoa”.

Em abril, o primeiro-ministro António Costa anunciou a proibição de circulação entre a quinta-feira santa e o Domingo de Páscoa. Na altura, foram proibidas quaisquer deslocações para fora do concelho de residência habitual, com exceção para quem tinha de se deslocar em trabalho.

A decisão divulgada hoje de voltar a limitar a circulação surge pouco mais de uma semana após o Conselho de Ministros ter anunciado o regresso do estado de calamidade.

“O Governo tem consciência de que este é um fim de semana muito relevante para muitos portugueses, mais no Norte e no centro do que no Sul, mas é-o para muitas famílias”, reconheceu a ministra da presidência.

No entanto, o Governo decidiu avançar com a limitação de circulação para reduzir o ajuntamento de pessoas num momento de homenagem aos falecidos, que é “carregado de emoção e que propiciaria um dos principais focos de transmissão da doença, que são as atividades em família”.

Mariana Vieira da Silva sublinhou que é, precisamente, entre as famílias que se torna mais difícil observar as novas regras de vida em sociedade, nomeadamente o distanciamento físico.

“Sabendo que todos têm o direito de expressar o seu luto”, disse, durante a conferência de imprensa realizada no final da reunião do Conselho de Ministros.

Mariana Vieira da Silva anunciou ainda a decisão do Governo de decretar um dia de luto nacional, que será a 02 de novembro: “Há um lugar importante na nossa comunidade para esse luto e é também por isso que se decidiu decretar um dia de luto nacional, para que a homenagem aos falecidos possa ser prestada e em particular às vítimas da doença de covid-19”.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 41,3 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.229 pessoas dos 106.271 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.