“Estima-se que pelo menos 10% dos infetados continuam a apresentar sintomas debilitantes graves por mais de seis meses”, como fadiga pós infeção, défice neurocognitivo, disfunção do sistema nervoso e dor crónica, estima a Long Covid Europe (LCE), uma organização sem fins lucrativos registada na Bélgica.

Segundo esta rede, os doentes de “longo covid” enfrentam os mesmos problemas “em toda a Europa”, caso da falta de consciencialização desta condição clínica, o “acesso inadequado e desigual” a cuidados de saúde e de reabilitação e uma “grave escassez de financiamento para pesquisas” de tratamentos.

A LCE pretende que os governos nacionais reconheçam a “longo covid” como uma crise de saúde pública no âmbito da pandemia, recordando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) deve publicar a primeira definição da Sequela Pós-Aguda de SARS-CoV-2 esta semana.

“As associações de doentes continuam a lutar pelo reconhecimento da “longo covid” como uma condição médica fisiológica, salienta a LCE, defendendo ser “urgentemente necessário” uma estratégia de reabilitação universal.

A associação adianta ainda que, “graças aos esforços” de grupos de defesa dos interesses dos doentes britânicos, o governo do Reino Unido desenvolveu um plano que inclui, entre outras iniciativas, o estabelecimento de mais de 80 clínicas dedicadas à “longo covid”.

A covid-19 provocou pelo menos 4.798.207 mortes em todo o mundo, entre mais de 234,85 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.000 pessoas e foram contabilizados 1.071.307 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.