“Formar um especialista em medicina, em qualquer área, é um processo que demora vários anos e, portanto, não é possível ter intensivistas com a mesma velocidade com que se adquirem equipamentos de cuidados intensivos”, explicou Marta Temido, durante a conferência de imprensa regular sobre a pandemia de covid-19 em Portugal.
Em abril, o secretário de Estado da Saúde avançou que Portugal tem cerca de 250 médicos intensivistas, garantindo que há outros profissionais aptos para manusear ventiladores, nomeadamente anestesiologistas, pneumologistas e internistas.
Questionada sobre como os cuidados intensivos estão a ser reajustados com o início das férias dos profissionais, dado o número reduzido de intensivistas, a ministra reconheceu que, apesar de não ser possível assegurar, para já, o reforço de médicos, esse é um processo no qual a tutela já está a trabalhar.
“A Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva para a Covid-19 acabou por ter uma missão mais ampla do que aquela que seria a da resposta estrita à covid-19 e ajudou-nos também a fazer uma revisão da rede nacional de especialidade hospitalar e de referenciação”, explicou.
Segundo Marta Temido, essa revisão, que está atualmente em consulta pública, reconhece não só a necessidade de reforço de equipamentos e infraestruturas, mas também de recursos humanos.
Esse trabalho, continuou, poderá passar pela maximização das vagas para a formação especializada, abertura de concursos para a colocação de médicos nos serviços de medicina intensiva e a integração nos quadros dos enfermeiros com contratos a termo certo.
Sobre o reforço dos cuidados intensivos, a governante adiantou ainda que o objetivo é que até ao início de 2021 Portugal disponha, em média, de 11,5 camas por 100 mil habitantes, alinhado com a média de referência europeia.
Portugal regista hoje mais duas mortes e 135 novos casos de infeção por covid-19 em relação a domingo, segundo o boletim diário da Direção-Geral de Saúde (DGS).
De acordo com o boletim, desde o início da pandemia até hoje registaram-se 50.299 casos de infeção confirmados e 1.719 mortes.
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