A Nigéria recebeu na terça-feira quase 4 milhões de doses de vacina contra a covid-19, financiada pelo consórcio Covax, que visa fornecer vacinas a países de baixo rendimento.

Este é o primeiro lote das 16 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford, que deverão chegar à Nigéria nos próximos meses, onde os trabalhadores da saúde e outros profissionais considerados de risco serão os primeiros a serem vacinados.

Numa tenda montada no exterior do complexo do Hospital Nacional de Abuja, o médico Ngong Cyprian, vestido com a roupa azul do hospital, recebeu a primeira injeção, perante os aplausos de outros trabalhadores da saúde.

"O pessoal na linha da frente na luta contra o vírus merece a mesma proteção que os seus pares na Europa ou América do Norte, é a nossa prioridade", disse o diretor da agência nacional responsável pelos programas de imunização, Faisal Shuaib, citado pela agência de notícias France-Presse.

O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, e o vice-presidente, Yemi Osinbajo, serão vacinados no sábado.

A Nigéria quer vacinar, pelo menos, 70% dos nigerianos com mais de 18 anos nos próximos dois anos, mas este número parece muito ambicioso, dados os imensos desafios de segurança e logísticos neste imenso país, densamente povoado, com condições climatéricas severas e estradas difíceis.

"Recentemente, conseguimos imunizar, em massa, [a população face à] poliomielite, mas tivemos de superar [os obstáculos como] as infraestruturas, a logística e as hesitações populacionais", afirmou Shuaib.

Na terça-feira, a Nigéria registou 157.671 casos de covid-19, incluindo 1.951 mortes. Mas estes números deverão ser superiores, uma vez que o número de testes realizados é baixo.

África registou nas últimas 24 horas mais 329 mortes por covid-19, para um total de 105.001 desde o início da pandemia, e 12.273 novos casos de infeção, segundo os dados mais recentes oficiais da pandemia no continente.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.570.291 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.