“A partir do dia 25 de outubro, vamos exigir que os trabalhadores das escolas do ensino não superior, e ainda os trabalhadores e professores do ensino superior, assim como os alunos, apresentem [um certificado com] a primeira dose da vacina tomada ou, então, um teste de ácido nucleico” realizado nos sete dias anteriores, anunciou o subdiretor da Direção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Kong Chi Meng.
A medida tem “como referência as orientações emanadas pelos serviços de saúde para os trabalhadores da função pública e do privado”, também obrigados a fazer um teste à covid-19 a cada sete dias, caso não estejam vacinados, esclareceu o representante da DSEDJ, que falava na conferência de imprensa do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.
As aulas em Macau foram suspensas até dia 03 de outubro, na sequência da declaração do estado de emergência, na sexta-feira passada, após ter sido detetado um caso num viajante proveniente da Turquia, e mais dois casos conexos no dia seguinte, dois seguranças em hotéis onde se realizam quarentenas obrigatórias para quem chega ao território.
Hoje, as autoridades sanitárias informaram que continua sem haver data prevista para as aulas recomeçarem, apesar de os testes em massa à população já terem terminado, com 690 mil pessoas testadas a apresentarem resultado negativo e apenas sete infeções detetadas, além do primeiro viajante diagnosticado na sexta-feira, a maioria seguranças nos hotéis de quarentena.
“Ainda estamos a fazer o estudo e a avaliação para a data da retoma [das aulas]”, disse o subdiretor da DSEDJ, apelando “fortemente” para que “todos os trabalhadores, incluindo o pessoal docente e os estudantes, tomem a vacina”.
“Se todos tomarem a vacina, poderemos voltar a ter aulas [presenciais] mais cedo e assegurar um ambiente seguro para todos nós”, frisou.
As autoridades de saúde anunciaram ainda novas campanhas de sensibilização, com o objetivo de aumentar a taxa de vacinação no território, que ronda os 50% e é “a mais baixa da China”, segundo informou na quarta-feira o chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng.
“Queremos aumentar a sensibilização junto de duas faixas etárias, os jovens e adolescentes dos 12 anos aos 18 anos e a das pessoas com idade a partir dos 60 anos”, informaram as autoridades sanitárias.
De acordo com os dados divulgados hoje, durante a conferência de imprensa, a taxa geral de vacinação no território não vai além dos 53,2%, caindo para 34,6% nas pessoas com idades entre os 60 e 69 anos e para menos de 5% nos idosos com mais de 80.
A faixa etária dos 12 aos 18 anos tem uma taxa de vacinação de 60%, subindo para 62% dos 20 aos 29 anos e para 66,9% dos 30 aos 39, com as pessoas entre os 40 a 49 anos a registarem a maior percentagem de vacinados, cerca de 82%, segundo os dados divulgados.
Dos 60 aos 69 anos, apenas 34,6% estão vacinados, uma percentagem que cai para 19,3% a partir dos 70 anos e para 4,9% acima dos 80.
“Muitos idosos ainda têm dúvidas relativamente à vacinação”, mas “mais vale tomarem a vacina, caso contrário poderão sofrer de doença agravada e [ter] maior risco de morte”, reiteraram as autoridades, recordando que, para tomar a vacina, não é preciso agendamento, bastando “deslocar-se aos postos de vacinação”.
A resistência à vacina em Macau já tinha levado as autoridades sanitárias a anunciar, em 13 de setembro, que os trabalhadores dos setores público ou privado ficam obrigados a fazer um teste à covid-19 a cada sete dias, caso não estejam vacinados.
Entre os trabalhadores da Função Pública, a percentagem de vacinados ronda atualmente os 70%, informaram hoje as autoridades.
Já entre os professores e alunos, essa taxa desce para “50 a 60%”, acrescentaram.
Desde o início da pandemia, Macau contabilizou apenas 71 casos de covid-19, não tendo registado qualquer morte associada à doença nem infetados entre os profissionais de saúde.
Apesar disso, o território mantém fortes restrições fronteiriças, com o chefe do Governo a alertar, na quarta-feira, que estas só poderão ser levantadas se a taxa de vacinação aumentar significativamente, para cerca de 80%.
A covid-19 provocou pelo menos 4.762.596 mortes em todo o mundo, entre 232,78 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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