Criado em parceria com os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o Programa de Aceleração Tecnológica na Saúde, que arranca na quinta-feira, “aposta na partilha de conhecimento e boas práticas, como forma de capacitar todos os intervenientes na área da saúde para a utilização das ferramentas digitais”, referem os promotores da iniciativa em comunicado.

“O contexto da covid-19 trouxe uma oportunidade única de acelerar a utilização da telemedicina como forma de combater, não só as consultas perdidas, mas também de cumprir as listas de espera e os tempos de resposta para consultas”, sublinham.

Segundo dados do portal da transparência do SNS, as consultas de telemedicina aumentaram cerca de 35% entre janeiro e abril deste ano face ao período homólogo de 2019, e só no mês de abril de 2020, aumentaram cerca de 50% face ao mesmo período do ano passado.

O projeto é dirigido a todos os hospitais e Agrupamentos de Centros de Saúde do SNS e a todos os profissionais de saúde e de gestão e contempla uma componente formativa com módulos segmentados e dirigidos a cada público-alvo.

Segundo os promotores, “a iniciativa pretende partilhar as boas práticas já instituídas e motivar os profissionais de saúde a tirarem o máximo partido das ferramentas digitais que lhes permitam melhorar a articulação entre as estruturas de saúde, potenciando o trabalho colaborativo e melhorando a comunicação, o que se traduz em ganhos ao nível da otimização de recursos, com uma resposta mais célere e benéfica para o doente, tornando a saúde mais próxima e inclusiva”.

Para o presidente da APAH, Alexandre Lourenço, “este é o momento certo para reforçar a aposta na telessaúde”.

“A pandemia impôs a utilização imediata destes recursos e, por isso, é urgente dotar todos os intervenientes das ferramentas necessárias para que possam ser utilizadas de uma forma eficaz e efetiva. As boas práticas têm que ser partilhadas, de modo a que as mais-valias sejam claras para todos”, afirma Alexandre Lourenço no comunicado.

O presidente dos SPMS, Luís Goes Pinheiro, afirma, por seu turno, que “o contexto atual impõe a criação de sinergias efetivas entre os atores da saúde, que permitam tirar proveito da capacidade instalada e potenciar a partilha de informação e conhecimento entre os diferentes profissionais”.

Neste âmbito, sublinha Goes Pinheiro, “a tecnologia atuará como um dinamizador do encontro entre os profissionais de saúde e os cidadãos, contribuindo para a prestação de cuidados de qualidade e para a essencial equidade no acesso aos mesmos”.

O programa é composto por duas mesas redondas digitais, uma das quais visa “potenciar a colaboração em rede” e a outra “aumentar a proximidade através da telessaúde”.

A segunda vertente do projeto envolve a "disponibilização, em acesso universal, na Academia Digital APAH de Programas de formação e-learning” para dotar os profissionais das ferramentas necessárias para potenciar o trabalho colaborativo e otimizar a proximidade com o cidadão através da telessaúde.

O projeto conta com o apoio da Novartis e da Microsoft, como parceiro técnico.