Gomes Cravinho e o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, presidiram esta manhã, nas instalações do Ministério da Defesa à assinatura de uma adenda ao protocolo de cooperação entre a Direção de Saúde do Exército e a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), que prevê um aumento de 60 camas disponíveis no Centro de Apoio Militar covid-19.

“Nós temos estes estabelecimentos de qualidade hospitalar, o Centro de Apoio Médico Militar covid-19, temos os Hospitais das Forças Armadas e depois temos também capacidade para ir até duas mil camas em centros de acolhimento, ou seja, unidades das Forças Armadas que não são hospitais nem centros de saúde, mas que têm a disponibilidade de acolher doentes”, adiantou o ministro, em declarações aos jornalistas, depois de questionado sobre a capacidade limite de camas num cenário grave de evolução da pandemia.

Cravinho deu o exemplo da Base Aérea de Beja onde estão instaladas 54 utentes de um lar em que houve um surto, que não têm “necessidade de cuidados mais intensivos”.

“Podemos replicar esse modelo em muitas unidades pelo país fora perfazendo uma capacidade total de duas mil camas em simultâneo”, sublinhou.

Para já, a adenda assinada esta manhã prevê que às atuais 30 camas disponibilizadas pelo Exército ao Serviço Nacional de Saúde, no CAM COVID-19, se juntem mais 60, “de forma faseada”.

O ministro apontou que as primeiras 30 camas estão “cobertas por recursos humanos do Exército”, sendo necessários recursos da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, que serão disponibilizados de acordo com a necessidade.

Sobre a capacidade de camas na região norte do país, onde os casos de covid-19 se têm vindo a intensificar, o governante aditou que o ministério tem vindo a trabalhar “intensamente” com a ARS da região do Porto, tendo já 20 camas ocupadas no Hospital das Forças Armadas da região.

“E temos disponibilidade para aumentar, numa primeira fase num futuro próximo para 47, numa segunda fase podemos aumentar bastante mais ainda mas para isso precisamos de ir buscar recursos humanos a outras partes do país”

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, acrescentou que nas reuniões entre responsáveis da Defesa e Saúde já foi expressa a possibilidade "das 120 camas no HFAR de Lisboa e das 30 camas em unidades de cuidados intensivos”, aditando que “todas as camas são bem-vindas” no momento atual.

Questionado sobre se as Forças Armadas poderão reforçar a sua ação em vésperas de um Conselho de Ministros extraordinário, que se vai realizar este sábado, o responsável pela Defesa respondeu que está em constante vigilância e articulação com restantes ministérios.

João Gomes Cravinho anunciou ainda que na próxima segunda-feira (2) será assinado um novo protocolo entre a ARSLVT e o Hospital das Forças Armadas que “permitirá ampliar a capacidade” de camas para doentes covid em enfermaria ou em cuidados intensivos.

Na ajuda ao cálculo de camas necessárias para cada unidade hospitalar, há já cerca de duas semanas que uma equipa de militares do Estado-Maior-General das Forças Armadas está a utilizar um modelo matemático para prever necessidades nas infraestruturas hospitalares do SNS, em Lisboa.