O conselho de administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) esclareceu que, “dado o acréscimo de óbitos devido à pandemia, decidiu adquirir um contentor frigorífico com capacidade, “no imediato”, para mais 12 cadáveres e possibilidade de crescer.
“Desde a última semana, a mortalidade tem crescido de forma acentuada, sendo que, nos últimos cinco dias faleceram 24 pessoas com covid-19, perante um total de 47 óbitos. A morgue do CHBV recebe também cadáveres do exterior, que aguardam decisão de necessidade de autópsia” e, “nos últimos cinco dias”, 12 estiveram nesta situação, contabilizou a administração.
O esclarecimento enviado à Lusa admite também que as agências funerárias “estejam a protelar o levantamento dos corpos”, “alegadamente por haver lista de espera nos crematórios e razões sanitárias, devido a enfrentarem maiores dificuldades em agendar as cerimónias fúnebres”.
O hospital decidiu ainda tomar outras medidas como “a adaptação do espaço da Capela, tendo sido adquirida uma plataforma de acondicionamento de cadáveres, de forma a garantir a sua digna acomodação, enquanto aguardam o respetivo levantamento por parte das agências funerárias”.
Para “garantir a integridade dos cadáveres à espera de decisão de autópsia, estes têm tido prioridade na ocupação da câmara frigorífica”, acrescentou.
“A situação é, efetivamente, de exceção, mas está a ser acompanhada, desde o primeiro minuto, pelo Centro Hospitalar do Baixo Vouga que, como até então, tem garantido, garante e garantirá a dignidade e segurança do espaço da morgue”, conclui o conselho de administração.
O Centro Hospitalar do Baixo Vouga dispõe de um espaço próprio para receber os cadáveres oriundos dos internamentos, Serviço de Urgência, e do exterior, que tenham necessidade de autópsia.
Para além de uma capela e de salas de trabalho, dispõe de uma câmara frigorífica com capacidade para oito corpos, espaço que é cedido gratuitamente ao Instituto de Medicina Legal, para a realização de perícias legais, incluindo as autópsias.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.058.226 mortos resultantes de mais de 96,1 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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