Apesar de a doença provocada pelo novo coronavírus(Covid-19), ainda não ser totalmente conhecida, “já se identificou o vírus, a forma como se transmite, a sua composição molecular, estão a ser ensaiadas vacinas e um novo medicamento que se administra por via oral para apoiar o controlo da doença”, disse o especialista em saúde pública.
Também já se sabe que “a probabilidade de se morrer da doença é comprovadamente maior para o novo coronavírus do que para outras doenças respiratórias como a gripe”, disse o também presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.
Na semana passada, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, já tinha afirmado que o novo coronavírus - família de vírus que pode causar infeções respiratórias como pneumonia - é mais perigoso do que os vírus da gripe, apresentando uma taxa de mortalidade de 3,4% (para a gripe é menos de 1%).
Para o especialista em saúde pública Francisco George não se pode comparar o novo coronavírus com a gripe porque são “vírus distintos, doenças distintas, que geram epidemias distintas”.
“Provavelmente, terá havido desde o início um processo de comparação, a meu ver indevida, com o vírus da gripe”, mas não se pode comparar um problema com o outro, afirmou.
Francisco George salientou ainda que “há avanços que têm sido muito rápidos” e que “este é o momento da ciência que tem de ser acompanhado por confiança” por parte dos portugueses e pela adoção de medidas de etiqueta respiratória como lavar frequentemente as mãos.
“A falta de cuidados que os portugueses sempre demonstram em relação à gripe é inimiga da adoção de medidas para o novo coronavírus”, alertou.
Face ao aumento de casos de infeção, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte e a limitação de visitas às prisões de todo o país.
Foram também encerrados temporariamente alguns estabelecimentos de ensino secundário e universitário.
Portugal regista 30 casos confirmados de infeção, nenhum deles se encontra nos cuidados intensivos, segundo o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado no domingo.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 62 mil recuperaram.
Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 366 mortos e mais de 7.300 contaminados pelo novo coronavírus.
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