Um despacho publicado na quinta-feira no Diário da República, assinado pelos ministros da Administração Interna e da Saúde, refere que podem estar presentes "celebrantes e demais elementos necessários à celebração, convidados do Santuário de Fátima e respetivos funcionários, os quais devem observar o distanciamento físico de dois metros entre si".

"O Estado reconhece e classifica, na Constituição da República Portuguesa, a liberdade religiosa como direito fundamental, no qual se compreende a liberdade e o direito de celebração dos rituais e cerimónias religiosas", recorda.

Sendo "relevante para a comunidade católica portuguesa a celebração das aparições de Fátima", o Governo considera que, se forem cumpridos os termos fixados no despacho, a saúde pública será "adequadamente garantida".

"Considera-se justificada e proporcional a realização da referida celebração, a qual, nos termos já oportunamente comunicados pela diocese de Leiria-Fátima, não contará este ano com a presença física de peregrinos no recinto do santuário", acrescenta.

O Santuário de Fátima já tinha anunciado que irá celebrar a Peregrinação Internacional Aniversária de maio no recinto de oração, como nos outros anos, mas sem a multidão de peregrinos que o costuma encher.

As celebrações decorrerão no recinto, que este ano estará encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, e que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.

Entre a tarde do dia 12 e o fim da manhã do dia 13 não será permitido o acesso dos peregrinos a qualquer espaço do santuário.

O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, pediu aos peregrinos que façam esta peregrinação "pelo coração" e que acompanhem a transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 267 mil mortos e infetou mais de 3,8 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Cerca de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.105 pessoas das 26.715 confirmadas como infetadas, e há 2.258 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.