A decisão foi hoje tomada numa reunião do Conselho Metropolitano da Área Metropolitana de Lisboa, que tem funções como autoridade de transporte, na sequência da redução do número de autocarros desde meados de março, durante o confinamento provocado pela covid-19.
De acordo com Carlos Humberto, primeiro secretário da AML, na reunião de hoje houve "um entendimento com os operadores" de transporte de que a partir de 01 de julho existirá um "reforço significativo da oferta" de transportes rodoviários, à volta dos 90% quando comparado com o mesmo período do ano passado.
A partir de sexta-feira começará "a haver reforços pontuais, de acordo com aquilo que for o que é mais urgente e com aquilo que as empresas têm possibilidade de oferecer", disse, salientando que a oferta "pode vir a ser ainda maior nalgumas linhas, nalguns percursos, em alguns horários consoante as necessidades".
"A ideia é ter uma oferta de cerca de 90% e depois, em cima desses 90%, o reforço naquilo que vier a ser preciso. Do que conhecemos, e não quero generalizar, a maioria das linhas que trazem passageiros para a capital, Lisboa, são linhas que têm uma procura maior", afirmou.
O responsável destacou ainda que tanto os autarcas como os operadores estarão "mais atentos" para ver quais dessas linhas exigem um "reforço adicional", sem descurar outras que, não tendo como destino a capital, também necessitam desse reforço.
"Temos de ver agora, linha a linha, tirando aquelas que são evidentes, aquelas em que é preciso um esforço adicional", afirmou.
De acordo com a AML, este reforço vai manter-se até ao final do ano e custará mais 10 milhões de euros mensais, além dos 10 milhões que já são investidos.
Em abril, mês de confinamento devido ao estado de emergência, de acordo com dados divulgados então pela AML, a percentagem de passes vendidos foi apenas de 9%, em comparação com os meses de janeiro e de fevereiro.
Em maio, período em que começou o desconfinamento, os títulos de transporte vendidos estavam acima dos 20% em relação ao mesmo período, demonstrando uma retoma.
Nos dois primeiros meses do ano o nível de vendas mensais de passes para todos os operadores rondava quase 800 mil passes e em maio os títulos vendidos andaram à volta dos 160 mil, adiantou então à Lusa Carlos Humberto.
Para o global dos operadores esta retração da compra de títulos de transporte representou, em média, a perda de cerca de 50% da receita anterior à pandemia, acrescentou.
Apesar de as receitas dos operadores obtidas pela venda dos títulos de transporte terem descido, estes continuaram a receber o total das verbas atribuídas pela AML, provenientes do Orçamento do Estado e dos municípios, “como se estivessem a ser vendidos quase os 800 mil passes”, além da parcela gerida diretamente pelo Estado para cofinanciamento de passes escolares e do passe social.
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