A aluna internada na segunda-feira e cujo teste relativo ao surto de COVID-19, conhecido hoje, deu positivo, é filha de uma trabalhadora de uma fábrica de arroz, que contraiu a doença no início do mês, disse o delegado de saúde local, numa conferência de imprensa convocada pelo presidente da Câmara de Coruche (Santarém), Francisco Oliveira, no final de uma reunião da Proteção Civil concelhia.
O autarca afirmou que, na reunião realizada hoje à tarde nos Paços do Concelho, a informação sobre as medidas adotadas pelas autoridades de saúde, nomeadamente, no âmbito da vigilância ativa das pessoas que tiveram um contacto mais próximo com as três pessoas contaminadas no concelho, foi “tranquilizadora”.
Nessas circunstâncias, disse, o município “não pode decretar outras medidas” para além das adotadas ao nível dos serviços da autarquia, mas, “se nada for feito por parte do Governo quanto ao encerramento das escolas a nível nacional”, irá fazer “pressão” junto da Direção-Geral de Saúde (DGS) e da Direção-Geral da Educação, para que a escola possa ser encerrada, “para tranquilizar a comunidade educativa”.
“As medidas cautelares da saúde não indicam o encerramento daquele estabelecimento escolar. No entanto, face a algumas situações de alarmismo, de preocupação, faremos as diligências nesse sentido se nada for feito por parte do Governo”, declarou.
O delegado de saúde de Coruche, Félix Lobelo, afirmou que os dois casos iniciais registados no concelho tiveram origem num contacto mantido com uma pessoa do Porto que havia estado em Valência (Espanha) e que se deslocou à fábrica no dia 28 de fevereiro, onde teve uma reunião com três pessoas.
Duas das pessoas, uma delas a mãe da jovem, apresentaram sintomas e estão internadas, em situação estável, no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, tendo, entretanto, transmitido o vírus, em cadeia, a outras quatro pessoas de fora do concelho (Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira; Coimbra; Almeirim e Carcavelos, no concelho de Cascais).
Félix Lobelo afirmou que, neste momento, na área abrangida pelo Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria, estão “em vigilância ativa” cerca de 95 pessoas, tendo em conta que, decorrente da confirmação do contágio da aluna, foram hoje colocadas em casa mais cerca de 40 pessoas da escola de Coruche frequentada pela jovem.
A aluna, de 13 anos, internada no Hospital de D. Estefânia, está “estável”, indicou.
Félix Lobelo afirmou ainda que a fábrica onde ocorreu o primeiro contacto tem um plano de contingência ativo, tendo estado hoje com outros responsáveis do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria numa sessão de esclarecimento com os trabalhadores.
O local onde decorreu a reunião com a pessoa que originou o foco foi isolado.
Por outro lado, é mantido um contacto diário com todas as pessoas que estiveram em contacto direto com os casos já confirmados, às quais foi pedido para fazerem a medição da temperatura duas vezes por dia e comunicarem ao Serviço Saúde 24 caso manifestem algum sintoma.
O delegado de saúde pediu às pessoas que se encontram nessa situação que respeitem todas as orientações que lhes foram dadas, nomeadamente de se absterem de qualquer contacto social, de forma a conter a disseminação da doença.
Dois militares da GNR que tiveram contacto com a mulher infetada estão neste momento em casa, no Porto, zona de onde são originários, estando igualmente em vigilância ativa.
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