Sílvia Lutucuta falava à imprensa no âmbito da cerimónia de receção das vacinas, na qual estiveram também presentes o secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades angolano, Domingos Vieira Lopes, e o embaixador da China em Luanda, Gong Tao.
A governante angolana realçou que em todo o processo de aquisição de vacinas tem havido muita diplomacia em saúde e a China tem sido um parceiro estratégico de Angola no combate à covid-19, recordando as doações de materiais de biossegurança e equipamentos provenientes do país asiático.
“No âmbito dessa parceria estratégica também nos foram oferecidas 200 mil doses de vacinas. Uma vacina muito boa que tem uma eficácia de 79%, em alguns países um pouco mais alta e que já tem bons resultados, nos Emirados Árabes Unidos, Marrocos, em vários países e na própria China”, referiu a ministra.
A titular da pasta da Saúde angolana frisou que a vacina foi fabricada por um Instituto de Biologia de Pequim, reconhecido mundialmente pela sua capacidade não só para a produção de vacinas, mas também na produção de reagentes para o diagnóstico da covid-19.
Segundo a ministra, essas vacinas vão ser utilizadas em algumas províncias, no âmbito do Plano Nacional de Vacinação, cuja meta, na primeira etapa, prevê vacinar pessoas com mais de 40 anos, com comorbilidades, grande exposição à infeção pelo novo coronavírus, forças de defesa e segurança, devendo ser definidas “duas ou três províncias” para se fazer o uso desta vacina.
“Na nossa estratégia, temos indivíduos com mais de 40 anos, mas mesmo assim pela quantidade de vacinas temos estado a definir a prioridade das prioridades. É uma vacina que chegou e que dará para um bom exercício de combate contra a covid-19 e vamos mesmo definir uma ou duas províncias em que vamos fazer a vacinação a todas as pessoas do grupo da primeira etapa”, disse.
Sílvia Lutucuta frisou que há previsão de receção de mais vacinas, tendo em conta que há aquisições do Estado que estão em curso, bem como da iniciativa Covax.
“Nós vamos atrás de todas as vacinas que têm comprovada a sua eficácia, a sua segurança e aprovadas a nível internacional quer pela OMS [Organização Mundial de Saúde] quer aquelas que foram aprovadas para uso emergencial em países que tiveram bons resultados”, salientou.
A Sinopharm está aprovada para uso de emergência em vários países, informou a ministra, sublinhando que, por esta razão, “é uma boa vacina e já tem mostras de dar bons resultados”.
“Esta vacina tem dois aspetos muito importantes: a conservação é fácil, de dois a oito graus, nós temos uma rede de frio no nosso país com estas temperaturas a nível nacional, até nos municípios também temos; e, por outro lado, são duas doses”, acrescentou a ministra, chamando a atenção que as pessoas que apanharam já a primeira dose da vacina AstraZeneca vão continuar a imunização com o mesmo tipo.
“Uma vez vacinada com um tipo de vacina tem que manter a mesma vacina, queremos dizer que quem fizer a vacina da Sinopharm a segunda dose tem que ser da Sinopharm, quem fizer com a AstraZeneca a segunda dose tem que ser com a AstraZeneca”, explicou.
Esta é a segunda dose de vacinas que Angola recebe, depois das 624 mil doses de vacinas da AstraZeneca–Oxford do Instituto Sérum da Índia, que recebeu no início deste mês no âmbito da iniciativa Covax, lançada pela OMS para garantir maior equidade na distribuição de vacinas.
Por sua vez, o embaixador da China em Angola, Gong Toao, disse que a doação das vacinas é mais um exemplo da cooperação entre os dois governos para apoiar o povo angolano, “com mais uma arma, um escudo”, contra a covid-19, salientando que Pequim está sempre disponível para apoiar a parte angolana no combate à pandemia.
“Sempre colocamos a importância da vida, da saúde, da nossa população, dos nossos povos, em primeiro lugar”, disse Gong Tao, realçando a forte liderança do Governo angolano, particularmente do Presidente de Angola, João Lourenço, e do Ministério da Saúde.
As autoridades angolanas vacinaram até quarta-feira 87.022 pessoas desde o início da campanha de vacinação no dia 02 deste mês.
Angola somou até quarta-feira 21.836 casos de covid-19, dos quais 20.172 recuperaram, 1.132 estão ativos (incluindo seis críticos e sete graves) e 532 resultaram em morte desde o início da pandemia no país, a 21 de março de 2020.
A pandemia de covi-19 provocou, pelo menos, 2.735.411 mortos no mundo, resultantes de mais de 124,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade no centro da China.
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