“Até hoje já testámos mais de 10 milhões de pessoas, o que representa um aumento de 7,9% face à última semana, e lançamos hoje uma nova meta de 20 milhões de testes até princípio de novembro para capitalizar os ganhos que estamos a ter em resultado dos testes feitos pelos países, da utilização de máscaras, da lavagem das mãos e do distanciamento social”, anunciou o responsável.

Durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia do continente africano, o diretor do África CDC, organismo da União Africana, referiu-se também ao achatamento da curva no continente e salientou que é importante que as medidas de proteção sejam mantidas e não abrandadas face aos bons resultados.

A União Africana lançou hoje a ‘Iniciativa África contra a COVID-19′, apostando na proteção das fronteiras e viagens, economia e escolas para conter a pandemia, considerando que o continente está agora numa “encruzilhada crítica”.

“Estamos numa encruzilhada crítica, ultrapassámos o milhão de casos no continente, não temos ainda uma vacina disponível e temos de continuar proativos e cautelosos à medida que as economias se começam a abrir”, disse a comissária dos Assuntos Sociais da União Africana, Amira Elfadil, durante a conferência de imprensa semanal sobre a evolução da pandemia do continente africano.

No encontro, o diretor do África CDC John Nkengasong, anunciou o lançamento de uma iniciativa específica para a reabertura das economias e dos movimentos entre países: “Hoje lançamos a Iniciativa África contra a Covid-19, uma iniciativa crítica que pretende proteger o turismo e as viagens, a economia e o rendimento das pessoas, e as escolas”.

Na conferência de imprensa, John Nkengasong explicou que “existe uma perda de 55 mil milhões de dólares no turismo e por isso é necessária uma estratégia sobre as viagens e as fronteiras, garantindo um movimento tranquilo de pessoas entre os países, através de testes seguros, que sejam reconhecidos noutro país e com procedimentos harmonizados no continente”.

Por outro lado, continuou, é preciso aumentar a vigilância nos locais de turismo e nas empresas, fazendo mais testes e mapeando os contactos das pessoas infetadas e, por último, garantir uma subida do número de testes aos alunos e nas comunidades, apontando para uma taxa de 5% como máximo para garantir uma reabertura segura das escolas.

A pandemia de COVID-19 já provocou pelo menos 781.194 mortos e infetou mais de 22,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Em África, há 26.289 mortos confirmados em mais de 1,1 milhões de infetados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.