Em declarações à agência Lusa, o presidente da CCP, João Vieira Lopes, diz esperar que o Governo defina uma política em relação às empresas do setor privado, defendendo que o encontro agendado para as 18:00 de hoje no Ministério da Economia com várias associações empresariais “já devia ter acontecido há mais tempo”.
“As confederações não têm meios e da nossa parte podemos avançar com as questões sanitárias mais básicas, mas o fundamental é saber qual a política que o Governo vai definir em relação às empresas”, afirma o presidente da CCP, uma das confederações patronais convocadas pelo Ministério da Economia para a reunião.
O presidente da CCP diz que é preciso uma política oficial que estabeleça, por exemplo, quem financia os trabalhadores que tiverem de ficar em quarentena ou que medidas serão tomadas para os transportes públicos, que é um local de contágio.
Segundo Vieira Lopes, as associações empresariais foram convocadas na quinta-feira para uma reunião no Ministério da Economia, em Lisboa, dedicada ao tema do coronavírus.
Além da CCP, o Ministério liderado por Pedro Siza Vieira chamou as confederações da Indústria (CIP) e do Turismo (CTP), solicitando que as mesmas convoquem, por sua vez, os seus associados relevantes na matéria, nomeadamente associações relacionadas com os setores potencialmente mais expostos aos mercados asiáticos, como os têxteis e vestuário, a metalomecânica e o farmacêutico.
A Lusa tentou falar com a CIP - Confederação Empresarial de Portugal e com a CTP - Confederação do Turismo de Portugal, mas até ao momento não foi possível.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital reúne-se hoje com associações empresariais para fazer uma avaliação “em concreto” do impacto económico do coronavírus, que teve origem na China.
O ministro da Economia “está a reunir com as associações empresariais para detetar, em concreto, quebras em algumas cadeias de fornecimento, designadamente na área industrial, para componentes com origem na China”, onde a doença parou fábricas e “está interrompido o fluxo de fornecimento de peças”, afirmou António Costa, à margem da apresentação do novo programa de ação “Justiça + Próxima”, em Lisboa.
“Isso obviamente tem consequências”, disse o chefe do Governo, em declarações aos jornalistas, admitindo que o executivo irá igualmente “verificar outras” quebras.
Em outra frente, adiantou ainda, o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, vai reunir-se, a meio da semana, com os ministros da área económica para uma “avaliação global” do que está a ser feito “à escala europeia sobre os impactos que [o surto do novo coronavírus] pode ter nessas economias” e ainda que “medidas concretas” se podem adotar.
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