Um dos consultórios estava localizado no Saldanha, no centro de Lisboa e a poucos metros da sede da Polícia Judiciária, e outro num prédio residencial no centro de Algés, em Oeiras. Na campainha lia-se: "Centro de terapias e medicinas complementares", escreve o jornal Observador.

A clínica estava registada com o nome Parallel Relax e o esquema fraudulento baseava-se em coagir idosos a pagar quantias absurdas por aparelhos milagrosos. A burla foi descoberta pela Polícia Judiciária (PJ), após a denúncia de um idoso de 80 anos.

Ao todo, são 30 as vítimas - todos reformados e fragilizados - já identificadas pela PJ. No entanto, as autoridades acreditam que esse número possa aumentar já que as unidades funcionavam oito horas por dia, cinco dias por semana.

Como funcionava?

Os funcionários do Call Center - alguns desconheceriam o esquema - tinham um guião com perguntas e faziam uma pesquisa aleatória através de listas telefónicas.

O alvo ideal era idosos com mais de 65 anos e com problemas de ossos e articulações, já que o aparelho que pretendia ser vendido - eletroestimuladores - e o tratamento seria "milagroso" para esses problemas de saúde.

Alegadamente, os funcionários ofereciam uma primeira consulta grátis para tentar impingir os aparelhos. As consultas "levavam muito tempo, chegavam a estar duas a três horas lá dentro", diz fonte da PJ citada pelo referido jornal.

Nessas clínicas, os falsos terapeutas "andavam de bata branca", o que aumentava a credibilidade junto dos utentes.

Os eletroestimuladores são aparelhos que existem à venda no mercado e que custam entre 80 a 100 euros. No entanto, nesta clínica, eram vendidos por 1.000 a 2.500 euros. "Num dos casos, chegaram a pedir 20.000 euros por um eletroestimulador. Mas a vítima apercebeu-se que o valor era exagerado e recusou pagar", explica a mesma fonte.

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