“O que vamos fazer neste momento previsivelmente é uma adaptação daquilo que é o dispositivo para novas necessidades mais reduzidas, mantendo a prontidão para outros momentos”, disse Marta Temido aos jornalistas, à margem do curso temático “SARS-CoV-2 e Covid-1 Onde estamos e para onde vamos?” hoje em Lisboa e que antecede as Jornadas de Atualização em Doenças Infecciosas do Hospital de Curry Cabral.

A ministra da Saúde adiantou que é necessário “aprender a aumentar a resposta e a diminuir a resposta em harmonia consoante as necessidades”.

“Temos estado a trabalhar numa mudança do modelo de vacinação tal como estamos a entrar numa nova numa nova fase da pandemia em que podemos implementar um conjunto de mudanças em relação à própria vacinação”, adiantou.

Segundo a ministra, está previsto um conjunto de mudanças que, ainda esta semana, o Ministério da Saúde, através do secretário de Estado Adjunto e da Saúde e do Núcleo de Coordenação da Vacinação, irá anunciar.

“Temos estado a assistir a uma redução do fluxo de pessoas para efeitos de vacinação, porque muito do nosso universo elegível se infetou”, disse, referindo que, muito provavelmente essas pessoas que se infetaram poderão ser vacinadas em julho, agosto e setembro.

Por outro lado, disse, “teremos eventualmente uma vacinação sazonal e ainda estamos a aguardar dados da Agência Europeia do Medicamento sobre novas vacinas, sobre um melhor calendário”.

“Neste momento, poderemos avançar para uma fase mais moderada de ritmo de intensidade de vacinação”, sublinhou, agradecendo a todos os que colaboraram com o Ministério da Saúde nesta fase, desde as autarquias até às escolas,

Questionada se a vacinação pode passar para os centros de saúde, a ministra afirmou que são todos estes temas que “estão a ser neste momento afinados”, mas disse que uma parte da resposta poderá de facto ser integrada nos cuidados de saúde primários.

“Aliás, já temos em alguns pontos do país a vacinação contra a covid-19 muito concentrada nos centros de saúde”, referiu, dando como exemplo o caso do Nordeste Transmontano.

“É uma região com um espalhamento da população muito grande, onde seria muito perigoso para as pessoas terem que se deslocar a um centro de vacinação e, portanto, já há uma pulverização dos centros pelo território”, justificou.

Segundo Marta Temido, esse ajustamento está a ser feito no terreno com as equipas dos diretores executivos dos Agrupamentos de Centros de Saúde, as Administrações Regionais de Saúde e as entidades que têm trabalho neste processo.

Questionada se os testes de antigénio de rastreio ao vírus SARS-CoV-2 realizados nas farmácias e laboratórios vão deixar de ser gratuitos, adiantou que a estratégia de testes terá de ser adaptada á nova fase da pandemia.

“Provavelmente, o número de testes necessários nesta fase será menor e, portanto, poderemos adaptar essa comparticipação”, que atualmente é de quatro testes gratuitos por pessoa.