“Atendendo à reclamação apresentada por parte da família, o Centro Hospitalar de Setúbal deliberou proceder à abertura de um processo de inquérito, para apurar se tudo foi feito de acordo com a `legis artis´ desde que a parturiente deu entrada no bloco de partos”, refere um comunicado o Centro Hospitalar de Setúbal, que integra o Hospital São Bernardo.

“Mais se informa que o clínico em questão, nas tarefas que lhe estão atribuídas no Centro Hospitalar de Setúbal, não estão incluídas a realização de ecografias obstétricas, nem desempenha qualquer cargo ou função de chefia no Hospital de São Bernardo”, acrescenta o comunicado.

Na quinta-feira, o Centro Hospitalar de Setúbal já tinha esclarecido que o acompanhamento da gravidez da mulher que deu à luz um menino com várias malformações, sem olhos, nariz e parte do crânio, no Hospital São Bernardo, em Setúbal, não tinha sido feito naquela unidade hospitalar, onde se realizou apenas o parto.

De acordo com o CHS, “a criança e a família têm sido. Acompanhados no Serviço de Pediatria com o apoio da Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátricos do Centro Hospitalar de Setúbal”.

Outras fontes hospitalares disseram à agência Lusa que o obstetra Artur Carvalho, médico assistente graduado sénior, que, alegadamente, não detetou malformações graves no bebé, terá acompanhado a gravidez da mãe da criança a título particular, numa clínica privada muito próxima do hospital, e que não terás detetado as referidas malformações nas ecografias realizadas.

A madrinha do bebé confirmou à agência Lusa que os pais apresentaram queixa contra o médico que acompanhou a gravidez, no Ministério Publico de Setúbal, na sexta-feira da semana passada.

Fonte oficial da Ordem dos Médicos disse à agência Lusa que o médico Artur Carvalho tem quatro processos em curso no conselho disciplinar da Ordem dos Médicos.