Foram recentemente publicados dois casos de utilização de MSC do tecido do cordão umbilical em duas crianças, uma com 4 e outra com 6 anos, diagnosticadas com paralisia cerebral. Em ambos os casos, a equipa clínica responsável pelo tratamento reportou que o tratamento administrado mostrou ser seguro e resultou em claras melhorias da capacidade motora e da linguagem.

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Admite-se que as MSC são células que libertam substâncias com efeito anti inflamatório e que promovem a regeneração do tecido cerebral lesionado, podendo, desta forma, melhorar os sintomas associados à paralisia cerebral.

Soluções inovadoras a caminho?

Já anteriormente tinham sido verificadas melhorias significativas na função motora em crianças (de idades compreendidas entre 1 e 6 anos) com paralisia cerebral tratados com o seu próprio sangue do cordão umbilical. Estes estudos mais recentes vêm mostrar que a administração de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical são igualmente favoráveis no tratamento desta patologia.

Segundo Bruna Moreira, investigadora da Crioestaminal, “o desenvolvimento de novos tratamentos para a paralisia cerebral com base em células estaminais está em expansão e promete trazer soluções inovadoras que permitam minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida destes doentes”.

Acrescenta ainda “A criopreservação das células estaminais do cordão umbilical constitui, hoje, um importante recurso para o tratamento de diversas doenças. Os resultados destes e de outros estudos poderão permitir alargar o âmbito de utilização clínica destas células”.

A paralisia cerebral é uma perturbação motora causada por uma lesão neurológica que, geralmente, acontece antes ou na altura do parto. Estima-se que afete dois a três em cada mil recém-nascidos. Atualmente, alguns fármacos e fisioterapia são utilizados para o tratamento dos sintomas de paralisia cerebral, como rigidez muscular, fraqueza e descoordenação motora.

No entanto, estes têm demonstrado eficácia limitada. Recentemente, a segurança e eficácia das MSC, utilizadas no tratamento de crianças com paralisia cerebral, têm sido avaliadas e os resultados revelam-se promissores. As MSCs podem ser isoladas, entre outras fontes, a partir de sangue do cordão umbilical ou, em maior quantidade, de tecido do cordão umbilical.