O acesso a tratamentos oncológicos nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a aumentar, havendo mais tratamentos e mais medicamentos inovadores aprovados (5 em 2015, 13 em 2016 e 18 em 2017). A informação é avançada em comunicado pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.

No ano passado foram dispensadas 21,5 milhões de unidades (comprimidos, injetáveis, etc.), mais 15% do que em 2013, de acordo com dados do relatório de monitorização do consumo de medicamentos em meio hospitalar, relativo a 2017.

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Cancro, um quinto da despesa nos hospitais

Os tratamentos para o cancro representam, atualmente, um quinto do total da despesa dos hospitais. Em 2017, ascendeu a 284 milhões de euros, mais 13,7% do que no período homólogo, embora esta subida seja consistente nos últimos anos.

O maior acesso a moléculas inovadoras é um dos motivos deste crescimento. Nos últimos dois anos surgiram opções terapêuticas inovadoras com benefício adicional evidente, particularmente em doentes com cancro do pulmão e melanoma.

Algumas terapêuticas clássicas (citotóxicos) têm perdido expressão, mas os imunomoduladores e as hormonas e anti-hormonas têm crescido mais de 20% ao ano, embora existam biossimilares como o trastuzumab que podem contribuir para o controlo da despesa, lê-se ainda na nota.

Despesa com VIH/Sida diminuiu

Segundo o relatório, a despesa global com medicamentos alcançou 1141 milhões de euros em 2017, o que significa que aumentou 59 milhões de euros (+5,5%). Além da oncologia há outras áreas relevantes que têm beneficiado da inovação, como a artrite reumatoide e a psoríase, com custos de 120 milhões de euros.

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Pela primeira vez, a área terapêutica da Infeção VIH/sida teve uma redução da despesa, que totalizou 12,3 milhões de euros num ano (-5,4%), para 215 milhões, embora se mantenha como a segunda área com mais peso para os orçamentos dos hospitais.

Registou-se também o maior acesso a medicamentos órfãos (sete novos aprovados em 2017), destinados às doenças raras. Muitas doenças raras para as quais não havia tratamento têm neste momento acesso a medicamentos inovadores, o que contribuiu para a despesa, que subiu 23% para 102 milhões de euros.

Os antibióticos (antibacterianos) estão a ser menos utilizados, sendo atualmente a oitava classe terapêutica mais utilizada, num ranking em que se destacam os antivíricos ou os medicamentos para a hipertensão. No ano passado, houve uma redução de 3,7% no número de unidades utilizadas nos hospitais (cerca de dez milhões).