Não há qualquer relação entre a quantidade de café consumida e a diminuição da densidade mineral óssea, um dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento da osteoporose.
Um grupo de médicos e fisiatras da Universidade de Trakya, Turquia, conduziu um estudo para avaliar o impacto do tabagismo e do consumo de café em mulheres durante o estágio de pré-menopausa. O objetivo era investigar se o tabagismo e o consumo de café tinham influência na alteração dos valores de densidade mineral óssea na pós-menopausa, refere a Associação Industrial e Comercial do Café (AICC) em comunicado.
Após acompanhar 200 mulheres, os investigadores não encontraram qualquer relação entre a quantidade de café consumida e os níveis de densidade mineral. A idade avançada, a duração da menopausa e o tabagismo foram identificados como fatores de risco para desenvolvimento de osteoporose.
“Ao contrário do que tem vindo a ser difundido, os estudos indicam não existir qualquer relação entre a cafeína e um maior risco ou propensão para desenvolver osteoporose. Tal está relacionado com o facto de a cafeína não interferir com a absorção de cálcio, que é controlado por uma série de hormonas e pela vitamina D, ou seja, a cada 1.200 mg ingeridas ao dia, apenas 300 mg são absorvidos“, explica Carlos Martins, médico de família e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
A osteoporose é um problema que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso, levando a uma diminuição da resistência óssea e ao consequente aumento do risco de fraturas. Atualmente, estima-se que entre 700 mil e 800 mil portugueses sofrem de osteoporose.
Com o objetivo de mudar a atitude dos profissionais de saúde relativamente ao consumo de café, a AICC implementou, em 2007, o programa “Café e Saúde”. O projeto de informação, dirigido a profissionais de saúde, procura esclarecer e desvendar mitos sobre a ingestão do café, reunir evidência científica quanto aos benefícios inerentes ao seu consumo na prevenção de algumas patologias e estimular o conhecimento específico sobre esta temática. Criado pela OIC (Organização Internacional do Café) apoia, atualmente, programas em Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, Finlândia, França, Holanda, Rússia e Reino Unido.
12 de outubro de 2011
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