“A Anvisa já deu início à análise dos documentos presentes no pedido e da proposta de uso emergencial que o laboratório pode fazer”, afirmou o órgão em nota.
O pedido foi encaminhado pelo Instituto Butantan, instituição de investigação subordinada ao governo regional do estado de São Paulo que participa nos testes da CoronaVac e que deverá fabricar o imunizante no país.
Dados divulgados na quinta-feira pelo governo ‘paulista’ indicaram que o medicamento teve eficácia de 78% nos testes realizados desde julho em cerca de 13 mil voluntários brasileiros.
Já a Anvisa explicou que nas primeiras 24 horas todos os documentos sobre a vacina serão analisados e, caso falte alguma informação, o órgão poderá solicitá-la ao Instituto Butantan.
Conforme explicou, a meta da Anvisa é fazer a análise de uso urgente em até 10 dias, desde que não seja necessário solicitar mais informações ao Instituto Butantan.
“A Anvisa atua de acordo com procedimentos científicos e regulatórios, que devem ser seguidos por quem busca a autorização de vacinas para uso pela população brasileira”, frisou o órgão.
A CoronaVac tem sido patrocinada no Brasil pelo Instituto Butantan e pelo estado de São Paulo, cujo governador, João Doria, é o principal adversário no campo conservador do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Doria, um dos prováveis rivais de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, reafirmou na quinta-feira a sua intenção de iniciar uma campanha de vacinação em São Paulo no dia 25 de janeiro com a CoronaVac, assim que o uso da vacina for autorizado pela Anvisa.
Apesar das críticas iniciais de Bolsonaro, o Ministério da Saúde anunciou na quinta-feira que decidiu comprar 100 milhões de doses da CoronaVac.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a informar que o processo de vacinação poderá começar no próximo dia 20.
O Governo brasileiro tem sido alvo de críticas de diversos setores devido ao atraso no início da campanha nacional de vacinação para deter a covid-19. Pelo menos 40 países já começaram a imunizar as suas populações, incluindo, na região, a Argentina, o Chile e o México.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo maior número de mortos (200.498, em mais de 7,9 milhões de casos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.899.936 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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