A Associação para o Planeamento Familiar (APF) condena o fim da comparticipação da pílula e da vacina contra o vírus do cancro do colo do útero e teme que a medida vá aumentar o recurso ao aborto.

A APF comentava desta forma a notícia hoje avançada pela imprensa de que o governo se prepara para acabar com a comparticipação de alguns produtos, entre os quais a pílula e a vacina contra o vírus que causa o cancro do colo do útero.

A pílula continuará, porém, a ser distribuída gratuitamente nos centros de saúde e nas consultas de planeamento familiar.

Esta associação lembra que estes produtos “não são luxos” e que foi graças ao recurso da pílula como método contracetivo que foram alcançados os elevados níveis de contraceção em Portugal.

O facto de a pílula continuar a ser distribuída gratuitamente nos centos de saúde também não sossega a APF, que alerta para as ruturas de pílulas, que “são frequentes” nestes organismos, além de existirem “barreiras no acesso”.

A APF teme que a medida vá aumentar o número de mulheres que não usam contraceção, ou que passem a usar formas inseguras de contraceção.

A medida poderá, segundo esta associação, gerar “mais gravidezes indesejáveis e o recurso ao aborto pelas mulheres com menos condições económicas”.

Sobre a vacina contra o vírus que provoca o cancro do colo do útero, a APF lamenta que a mesma aconteça, principalmente num país com elevada taxa deste carcinoma.

08 de setembro de 2011

Fonte: Lusa