“Confesso que não recebi os cinco médicos, mas também não me pediram para ser recebidos”, disse Pimenta Marinho, numa audição parlamentar na Comissão de Saúde.

Requerida pelo PCP e pelo PSD, a audição parlamentar do conselho diretivo da ARS do Norte pretendeu esclarecer as averiguações realizadas para perceber os motivos da demissão, em bloco, dos cinco adjuntos do diretor clínico do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), seis meses depois de aceitarem o cargo.

De acordo com Pimenta Marinho, o conselho de administração do CHTMAD informou a ARS do Norte da demissão dos cinco médicos e, “passado muito pouco tempo”, comunicou que “o assunto estava sanado” e que já estavam ocupados os lugares dos cinco adjuntos demissionários. “Não somos nós que fazemos a gestão do CHTMAD, é o conselho de administração, com quem nos reunimos, trabalhamos e falamos. Provavelmente, foi o centro hospitalar com quem eu mais me reuni desde que estou na ARS, face aos diferendos, aos constrangimentos e às diferentes preocupações”, declarou o presidente do conselho diretivo da ARS.

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Pimenta Marinho garantiu que “há um respeito absoluto pelas carreiras médicas”. Com recurso a várias notícias sobre as demissões no CHTMAD, o deputado do PSD Luís Pedro Pimentel acusou o responsável de não saber nada sobre a situação e de não estar interessado em fazer quaisquer averiguações. “Fico estupefacto, porque em Portugal a culpa morre sempre solteira. O responsável máximo não está interessado […]. Preocupa-nos bastante que não nos diga nada sobre aquilo que se passou”, declarou o deputado social-democrata, lembrando que o ministro da Saúde disse, em plenário, que a ARS do Norte estava a averiguar a situação.

Em resposta ao deputado do PSD, o deputado do PS Francisco Rocha defendeu que a administração regional “não rege a sua ação pelos jornais”. “Os jornais são uma peça importantíssima de informação, mas não são de gestão de hospitais”, considerou o deputado socialista, frisando que a questão das cinco demissões no CHTMAD é “um episódio que está sanado e está resolvido”.

A 04 de janeiro, os cinco adjuntos do diretor clínico do CHTMAD afirmaram que se demitiram em bloco, em outubro, “por divergências profundas com o rumo de acontecimentos no hospital”, discordâncias que “se foram agravando”. O CHTMAD inclui os hospitais de Vila Real, Lamego, Chaves, um polo em Vila Pouca e um na Régua, que atualmente está fechado.