“Neste momento, estamos a enfrentar essencialmente uma pandemia entre os não vacinados e é massiva”, disse Jens Spahn, enfatizando que as camas nos serviços de cuidados intensivos começam novamente a faltar.
“A quarta onda da pandemia infelizmente está a desenvolver-se como temíamos, porque o número de vacinados não é suficiente”, acrescentou o presidente do instituto de vigilância sanitária alemão, Lothar Wieler.
O presidente do Instituto Robert Koch (RKI), a autoridade responsável pela prevenção e controlo de doenças na Alemanha, lamentou ainda que as regras de acesso a locais públicos, como restaurantes ou teatros, nem sempre tenham sido suficientemente aplicadas.
O ministro da Saúde alemão apelou aos Estados federados germânicos a endurecerem as regras para os não vacinados em caso do surgimento de surtos, impedindo-os de entrar em determinados locais públicos ou exigindo um teste molecular (teste RT-PCR).
Alguns Estados, como na Saxónia (leste) ou em Baden-Württemberg (sudoeste), já têm ou estão prestes a aplicar tais medidas.
“Não se trata de assédio” contra os não vacinados, mas sim “evitar a saturação do sistema de saúde”, sublinhou o ministro.
Jens Spahn disse ainda querer uma aceleração da vacinação de reforço, atualmente recomendada para maiores de 70 anos, seis meses após a vacinação anterior.
A Alemanha está a testemunhar um aumento significativo de casos da doença covid-19 desde o final do período de férias.
Na quarta-feira, o Instituto Robert Koch registou mais de 20.000 novos casos em 24 horas e 194 mortes.
A chanceler alemã cessante, Angela Merkel, expressou a sua preocupação no fim de semana em relação a este aumento de casos.
Mesmo defendendo que a vacinação não deve ser obrigatória, Merkel também se declarou “muito entristecida” pelo facto de “dois a três milhões de alemães com mais de 60 anos ainda não estarem vacinados”.
De acordo com os últimos dados do RKI, 55,6 milhões de pessoas receberam duas doses da vacina contra a covid-19 na Alemanha, ou seja, 66,8% da população.
A covid-19 provocou pelo menos 5.003.717 mortes em todo o mundo, entre mais de 247,03 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
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