A Zest Books acaba de lançar o melhor, mais completo, mais bem-humorado, temperado, escrito e fotografado Guia de Tascas de Lisboa.

Um livro que reúne meia centena de recomendações infalíveis no campeonato das doses generosas a preços justos.
Generoso e justo é o preço do guia: 11€ por 120 páginas de textos espirituosos e fotografias que só lhes falta dar a cheirar o que vem da grelha ou do tacho.

"O meu nome é Tiago Pais, sou jornalista na área da gastronomia. Escrevo para o Observador, actualmente, mas quase nunca sobre tascas, infelizmente. Antes disso estive seis anos na Time Out Lisboa (e Porto, às vezes), intervalados por uma experiência como redactor publicitário."

E quem melhor do que o próprio autor para explicar o livro?

Porque é que escreveste um livro sobre tascas?
Porque apesar de a minha profissão me pôr em contacto constante com restaurantes que dispõem três tipos de garfo, faca e colher, todos com funções diferentes, nada me dá mais prazer do que entrar numa casa simples, com azulejos gastos e copos baços, pedir o prato do dia e acabar a roer os ossos, lamber os dedos e a molhar o pão, não necessariamente por esta ordem.

O que entendes por tascas?
Para efeitos deste livro e da vida em geral, entendo que tascas são estabelecimentos modestos que servem refeições de cozinha tradicional portuguesa a preços honestos. Rimou? Não foi de propósito.

O que são preços honestos?
Por exemplo, pagar por uma refeição o mesmo que por este livro e o respetivo mapa encartado, 11€, parece-me bastante honesto.

Quais são para ti as melhores tascas do livro?
As que estão assinaladas com o prémio Palito d’Ouro, uma selecção da nata dentro da nata que já são todas as 50 mencionadas na obra. São sete, no total, com esse estatuto. Basta procurar pelo símbolo em questão ao longo do livro ou consultar o indíce no final.

É tipo estrela Michelin das tascas de Lisboa?
Não, a estrela Michelin é que é tipo Palito d’Ouro da alta cozinha.

Em que te baseaste para fazer esta selecção?
Na minha experiência, gosto pessoal e em centenas de refeições no último ano e meio que me fizeram subir os níveis de colesterol a ponto de me terem perguntado, numa consulta de clínica geral, sobre “mudanças significativas no meu estilo de vida”.

Como é que o guia é ilustrado?
Com fotografias incríveis, do talentosíssimo Gonçalo F. Santos, que invadiu cozinhas apertadas para sacar sorrisos a cozinheiras de mão cheia e arriscou a saúde das lentes ao enfiá-las dentro de tachos e grelhas fumegantes. Ainda hoje, garante, cheiram a favas com chouriço. A direcção de arte e design é do Luis Levy Lima, um tipo para quem a expressão artista não é exagero nenhum. Até porque ele é artista (plástico), de facto, além de ser um designer e um ilustrador de mão tão cheia como as das cozinheiras que o Gonçalo fotografou.

Mais alguma coisa que devemos saber?
Sim, duas coisas. Primeira: o livro traz um mapa encartado, desenhado numa toalha de papel, que pode bem servir de cábula, se o livro não estiver à mão. Segunda: em cada tasca são referidos os pratos do dia que servem, normalmente, a dias fixos, para que ninguém vá ao engano. Essa informação é depois compilada num indíce por prato e dia da semana.

As 50 Melhores Tascas de Lisboa
créditos: @Zest Books