Y, a nova fragrância masculina que Yves Saint Laurent criou a pensar nos millennials, é «o perfume de uma geração de homens criativos, empreendedores e apaixonados», como a marca o descreve. Para o promover na Europa, a YSL Beauty, empresa do grupo L'Oréal que a detém atualmente, resolveu fazer uma campanha diferente. «Em vez de termos modelos ou celebridades, quisemos ter pessoas autênticas», justifica Mark Adams.

De acordo com o chief innovation officer da Vice Media, que desenvolveu o conceito e o explicou em Paris, numa apresentação restrita e exclusiva onde o Modern Life/SAPO Lifestyle foi um dos dois títulos de media nacionais presentes, a ideia foi pegar em homens «que ainda não são famosos mas estão a caminho disso». A escolha recaiu sobre o rapper Loyle Carner, o escultor David Alexander Flinn e o investigador Alexandre Robicquet.

«Nos últimos seis anos, tem havido um processo de refundação da marca. Estamos a trazer o aqui e o agora para a reinventar», complementa Stéphane Bezy, presidente da YSL Beauté, visivelmente orgulhoso com a escolha dos três rostos eleitos para a promoção da nova fragrância. «Queremos apelar à juventude e apresentar-lhes histórias que lhes façam sentido», diz a propósito dos três vídeos criados com os novos embaixadores de Y.

«O mundo, hoje, é mais difícil e mais instável mas estes homens, que são mais fortes e independentes, querem ser livres e ter mais autonomia. Já percebem de marketing. Não se lhes pode contar qualquer história», diz Stéphane Bezy, numa afirmação que tanto se adequa aos millennials como a Loyle Carner, David Alexander Flinn e Alexandre Robicquet. «Muitas pessoas passam a vida a fazer o que não querem», critica o escultor.

Perfumaria clássica foi fonte de inspiração

Criado pelo lendário perfumista Dominique Ropion, Y, disponível nas versões de 60 ml e 100 ml, alia notas de bergamota, gengibre, folhas de violeta e sálvia a um toque de gerânio, musk, incenso e madeira de cedro. «A intenção foi ter um acordo de perfumaria clássica, uma reivenção da fougère royale, um aroma olfativo criado no século XVIII, com um toque de lavanda», acrescenta o reputado especialista.

«Trabalhámos com novos materiais na sua forma crua. A extração do óleo de gerânio, por exemplo, é hoje muito diferente do que era antigamente. Conseguimos aqui um musk muito moderno», assegura Dominique Ropion. «Quisemos prestar tributo ao Yves Saint Laurent, à sua juventude e à juventude da década de 1960», afirmou publicamente Stéphane Bezy, perante uma plateia de jornalistas, bloguers e convidados.

Nos EUA, onde o perfume também está a ser um êxito, a marca optou por escolher como embaixador da fragrância uma celebridade global, Adam Levine, vocalista do grupo Maroon 5. Uma estratégia diferente da seguida na Europa. «É uma estrela (...) Um verdadeiro talento que traz uma nova dimensão à YSL Beauty», considera Alexandre Choueiri, presidente da International Designer Collections da L'Oréal USA.

Y de YSL

Texto: Luis Batista Gonçalves