A diretora artística da Dior, Maria Grazia Chiuri, usou diversos tons de cinzento em looks elegantes e austeros, com uma modelagem clássica, cinturas marcadas por um cinto fino, chapéus fedora e mocassins.

As modelos desfilaram entre esculturas de animais de madeira e diferentes tipos de vegetação, exibindo um estilo masculino, embora o desfile também tenha dado espaço para delicados vestidos de cores escuras, longos, transparentes e decotados.

De forma a marcar o 70º aniversário da maison, a estilista italiana disse que queria homenagear o fundador, Christian Dior.

"Lembramo-nos muitas vezes dos vestidos de noite com flores do Sr. Dior, mas ele era um estilista que criou muitas peças para se usar durante o dia: casacos, camisas...", disse Maria Grazia Chiuri em entrevista à Agência France-Presse (AFP).

"Nessa época, a Alta-Costura era outra coisa, era feita para o dia a dia, não somente para ocasiões especiais", lembrou, fazendo referência à época posterior à Segunda Guerra Mundial, quando Dior concebeu o icónico "New Look".

Para além de viajar no tempo, a estilista fez uma nova leitura para a sua coleção: vestir uma mulher viajante, intrépida, inspirada nas exploradoras como é o caso da britânica Freya Stark.

Estas mulheres eram "muito valentes, vestiam-se como os homens", algo que se refletiu no desfile para o próximo outono-inverno, explicou Chiuri.

A maison Dior também celebra o aniversário com uma grande exposição em Paris, que a partir desta semana vai mostrar ao público cerca de 300 vestidos de Alta-Costura, confecionados entre 1947 e a atualidade.