"Fico feliz com a chegada de Olivier Lapidus à direção artística da Lanvin, com a sua capacidade criativa recupera a elegância que pautou Jeanne Lanvin", declarou Shaw-Lan Wang, presidente e principal acionista da marca, em comunicado.

"A sua ampla compreensão do universo da marca, do mundo da moda e do design, além de seu olhar absolutamente moderno, vão abrir novos horizontes para a Lanvin", acrescentou a empresária chinesa.

Olivier Lapidus, precursor da moda que incorpora tecnologia de ponta, vai substituir Bouchra Jarrar, nomeada em março de 2016 para as coleções femininas da marca.

A sua saída foi anunciada na última quinta-feira como uma decisão "de comum acordo" e segundo fontes próximas do novo diretor artístico, Lapidus vai começar a trabalhar "rapidamente".

A sua primeira coleção para a Lanvin será o prêt-à-porter feminino para o verão de 2018.

Recorde-se que Lapidus é neto do estilista russo Ted Lapidus, que marcou a moda da década de 1960 e 1970 com as propostas unissexo e os looks de estilo safari.

"É uma grande honra poder integrar a maison Lanvin e agradeço à senhora Wang com todo o coração pela confiança que me outorgou", afirmou o estilista.

Olivier Lapidus deixou a empresa da família há 17 anos para fundar a sua própria marca baseada na cultura digital.

A sua marca, 'Création Olivier Lapidus' é centrada no princípio de "ver agora, comprar agora" (See Now, Buy Now) e oferece aos clientes a possibilidade de comprar imediatamente a coleção, que fica disponível online.

Pessoas próximas do estilista afirmam que ele vai manter a sua empresa.

Na década de 1990, Olivier Lapidus começou a defender a ideia de uma mistura entre a Alta-Costura, de caráter artesanal, e os laboratórios de pesquisa industrial. Dessa proposta surgiram vestidos com painéis solares, feitos de fibra de frutas e roupas que incorporavam pó de pedras preciosas.

Essa tendência permitiu ao estilista patentear várias ideias, o que o transformou num pioneiro nesse campo, mas as suas criações nem sempre foram bem recebidas pela imprensa.

Dificuldades financeiras

"Muita à frente do seu tempo, Olivier Lapidus sempre se interessou pelas novas tecnologias. É um estilista precursor, e hoje está em sintonia com as aspirações da sociedade e saberá enfrentar os desafios da maison Lanvin no século XXI", disse Shaw-Lan Wang no comunicado.

Tomar as rédeas da famosa marca será um grande desafio. É de salientar que a empresa enfrenta dificuldades financeiras há vários anos e não conseguiu estabilidade desde a saída do estilista israelita Alber Elbaz em outubro de 2015.

A linha adotada pela última estilista, Bouchra Jarrar, era caracterizada por uma elegância sóbria e um estilo que ligava o feminino e o masculino, que foi aplaudida pela crítica mas não conseguiu um retorno financeiro satisfatório.

Segundo os números publicados pela imprensa, a marca teve em 2016 uma perda de 18,3 milhões de euros, com uma queda de 23% no volume de negócios, chegando aos 123 milhões de euros.