“Acreditamos em dar uma nova vida às artes de bem saber fazer em Portugal e acabámos por reinventar os sapatos usando as técnicas dos nossos mestres sapateiros. Sabíamos que este bordado feito à mão e tão rico estava quase extinto. Tínhamos de o recuperar de alguma forma e homenageá-lo”, disse à Lusa Sofia Oliveira, uma das sócias da marca.
Filipa Júlio, Maria Cunha e Sofia Oliveira criaram em 2013 a Josefinas, que começou como um negócio de sabrinas feitas à mão por costureiras e sapateiros do Norte. Entretanto, além de vários modelos de sabrinas, o ‘portfolio’ da marca passou a incluir também ténis e malas.
Até julho deste ano, quando abriram uma loja em Nova Iorque (Estados Unidos da América), os produtos eram vendidos apenas ‘online’, através do ‘site’ da marca.
Com as bordadeiras do Vale do Sousa (zona que abrange cinco municípios do distrito do Porto e um do distrito de Aveiro), criou-se a ‘Rose Couture’, uma “edição muito especial”, um modelo de ténis “mais delicado e mais feminino”.
Encontrar as quatro bordadeiras com quem a marca trabalha “não foi fácil, porque é uma arte que está quase extinta”.
“Mas encontrámos mulheres extraordinárias, que aprenderam a bordar com as suas avós. Cada rosa em cada sapatilha demora 16 horas a ser feita”, contou Sofia Oliveira.
Esta não é uma edição limitada, mas cada par tem que ser feito por encomenda.
“Não fazemos qualquer tipo de ‘stock’ das Josefinas Rose Couture, cada par é feito para a mulher que o encomenda, porque é um trabalho que demora algum tempo a ser feito, dado que tudo é feito à mão”, referiu a responsável.
Um par Josefinas ‘Rose Couture’ custa 495 euros, valor justificado pelas criadoras com o trabalho “muito minucioso, muito requintado e muito delicado” envolvido na conceção.
A edição ‘Rose Couture’ foi lançada esta semana, mas a marca já recebeu “várias encomendas nacionais e internacionais”.
Para isso, contou Sofia Oliveira, poderá ter ajudado o facto a ‘blogger’ italiana Chiara Ferragni ter partilhado na rede social Instagram, na qual tem 6,6 milhões de seguidores, uma fotografia na semana da moda de Milão com uns ‘Rose Couture’ calçados.
Os Estados Unidos são o principal mercado da marca, com cerca de 35% das vendas. Segue-se a Europa, com Reino Unido e Portugal em lugar de destaque.
Recentemente, as vendas têm crescido em mercados como Singapura, Hong Kong e Austrália.
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