Os fatores para que tal aconteça são variados e vão desde bloqueios emocionais, algumas doenças e medicamentos, mas é importante saber que, independentemente do que originou, a anorgasmia pode (e deve) ser tratada com auxílio de terapia sexual (e sim, pode fazê-la sozinha), mudança de algum tipo de medicação que esteja a interferir, entre outros. Também é importante ter em conta que, independentemente da importância que a sociedade (e muitos casais) sempre deu ao orgasmo através de coito vaginal e da sobrevalorização do pénis e da penetração, a maioria dos terapeutas sexuais acha saudável e valoriza a obtenção do orgasmo por outras vias, ou seja, o toque do parceiro ou sexo oral. Sem mais delongas... fique a saber mais sobre esta disfunção.
Tipos de anorgasmia
O mais frequente de todos é a primária e diz respeito às mulheres que nunca tiveram um orgasmo numa relação sexual ou mesmo quando se masturbam.
A anorgasmia secundária incide sobre as mulheres que já obtiveram um orgasmo, mas por qualquer situação deixaram de conseguir ou têm muita dificuldade em ter. Exemplos caraterísticos são o nascimento de um filho, contrair alguma DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis), descobrir alguma infidelidade do parceiro, entre outros.
O tipo coital diz respeito às mulheres que atingem o orgasmo com o companheiro (por exemplo, sexo oral), mas no coito vaginal tal não acontece.
O situacional, tal como indica, varia conforme as situações, isto é, a mulher atinge o orgasmo em situações específicas, mas não em algumas alturas que desejaria. Exemplo disso é a masturbação e com um amante, mas o mesmo não acontece com o parceiro oficial.
Causas
Sem dúvida que os bloqueios emocionais são os que têm mais peso na matéria. Ainda que hoje em dia não seja tão acentuado, o que é certo é que a educação sempre foi um pouco repressora para as mulheres. A masturbação muitas das vezes ainda é tabu e daí podem surgir as dificuldades de lidar com o próprio corpo e, por conseguinte, do parceiro; alguns problemas de autoestima que deixam a mulher desconfortável aquando a relação sexual impedindo a plena satisfação do momento; receios de se entregar por completo e/ou perder o controle; dificuldades em se concentrar na relação sexual; medos vários: cheiro, necessidades fisiológicas, gravidez, etc...; experiências anteriores traumáticas; violência sexual; entre outros.
As substâncias químicas são outra das causas que podem comprometer a irrigação ou a vascularização da região genital. O uso de alguns medicamentos bloqueadores (medicamentos para a hipertensão, por exemplo), benzodiazepinas (ansiolíticos, sedativos, etc...), drogas e álcool em excesso podem afetar consideravelmente.
As doenças também podem ser responsáveis pela anorgasmia. Traumas sobre a medula espinhal, radioterapia sobre a pelve (bacia) feminina, lesões no sistema genital por acidente ou esclerose múltipla, alcoolismo, diabetes, entre outras.
Consequências
Com o passar do tempo é inevitável que comecem a surgir problemas de foro emocional e desencadeie uma série de acontecimentos. Começa por haver uma diminuição da autoestima e felicidade e, consequentemente, uma diminuição do desejo sexual, uma vez que deixa de existir qualquer tipo de excitação e lubrificação. Devido à sensação de impotência a fuga do relacionamento sexual torna-se evidente. Isto tende a que o relacionamento se deteriore, caso não haja uma conversa com o parceiro. Este pode ficar a pensar que lhe está a ser infiel, que tem dúvidas da relação e acabar por ser afetado. Estas questões devem ser travadas! Procure ajuda profissional afim de expor a sua perceção do problema e fale com o seu parceiro, por forma a que o mesmo a apoie, ajude e incentive no tratamento.
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