Quando nasceu em 1998, Katie Pladl foi adotada legalmente por um casal, mas aos 18 anos decidiu procurar os pais biológicos. Foi quando conheceu Steven Pladl, o seu progenitor, com quem foi viver no verão de 2016, em Richmond, no Estado da Virgínia, Estados Unidos.

Na altura, Steven Pladl vivia com mulher e com mais dois filhos. Três meses depois de Katie Pladl se mudar para casa do pai, Steven Pladl divorciou-se.

Segundo a cadeia de televisão NBC, em maio de 2017, a ex-mulher de Steven Pladl leu, no diário de uma das filhas, que Katie estava grávida e que o pai da criança era o próprio pai.

A situação foi comunicada às autoridades.

Em novembro, a polícia de Henrico County, na Virgínia, emitiu mandados de detenção para pai e filha. Ambos acabaram detidos já este ano com um bebé de quatro meses nos braços.

Katie permanece sob custódia policial, mas Steven saiu em liberdade depois de ter pago uma fiança de 800 mil euros.

Ambos estão acusados de incesto entre adultos e o julgamento arranca na próxima semana.

E se fosse em Portugal?

Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o Direito Penal português não criminaliza o incesto.

A lei nada diz sobre relações incestuosas entre adultos e com consentimento de ambos. Significa isto que, excluindo naturalmente os casos de abuso, o incesto não é crime.

Em termos legais, Portugal não só não penaliza o incesto consentido entre pessoas adultas, como permite que uma criança nascida dessa relação seja registada em nome de ambos os pais, mesmo que o pai seja também avô ou tio da criança.