Portugal poderá ter perdido entre 13 mil e 19 mil nascimentos nos quatro anos de troika em solo nacional, escreve o Jornal de Negócios.

A simulação do Laboratório de Demografia da Universidade de Évora teve em conta dados sobre a emigração do INE, perfil etário dos emigrantes e as taxas de fecundidade registadas em Portugal entre 2011 e 2015.

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Dados do INE revelam que a emigração permanente passou de perto de 8 mil pessoas por ano em 2007 para uma média de 48 mil por ano entre 2011 e 2015.

Apesar da taxa bruta de natalidade estar em queda em todo o país, em 2016 a região da Grande Lisboa teve valores superiores à taxa nacional: dos 83.005 bebés (nados-vivos) que nasceram em Portugal em 2016, 35.080 (42%) vieram aumentar a população de Lisboa e Vale do Tejo (LVT).

Traduzindo estes números para a taxa bruta de natalidade, verifica-se que nasceram 9,7 nados-vivos por cada 1.000 habitantes em LVT – contra os 8,4/1.000 habitantes da taxa nacional.

Da mesma forma, o índice sintético de fecundidade está em recuperação, com 1,55 crianças por cada mulher em idade fértil.

Substituição das gerações em risco

No entanto, apenas um índice igual ou superior a 2,1 assegura a substituição das gerações.

Desde 2010 (1,58) que o índice sintético de fecundidade não era tão elevado, tendo-se mesmo registado um "pico invertido" que se situou em 1,38, no ano de 2012.

A subida regional acompanha a tendência nacional, mas consegue ser-lhe superior – 1,55 versus 1,37.