A Associação Portuguesa de Pessoas com Dificuldades de Aprendizagem Específicas realiza hoje em Lisboa um debate sobre a dislexia, que vai abordar as novidades previstas para a nova legislação do ensino especial.
Em declarações à agência Lusa, Eduarda Cabrita, dirigente desta associação, explicou que o relatório do grupo de trabalho sobre educação especial introduz algumas alterações que estão a preocupar os pais das crianças com dificuldades de aprendizagem específicas.
Dislexia, disgrafia, disortografia e discalculia são as quatro dificuldades de aprendizagem específicas, sendo a dislexia a mais prevalente.
“Tememos que os nossos filhos, que representam 48% dos alunos da educação especial, sejam relegados para segundo plano. Tememos que venha a significar menos intervenção junto destas crianças”, comentou Eduarda Cabrita, adiantando que os alunos com dislexia “vêm sempre na cauda dos apoios”.
Da proposta contida no relatório do grupo de trabalho sobre educação especial, os pais contestam o facto de o documento apontar para uma indefinição de conceitos relativamente à dislexia e às outras dificuldades de aprendizagem específicas.
Para a associação é ainda preocupante que o relatório proponha que a avaliação para diagnóstico destes alunos tenha de ser feita por um médico do Serviço Nacional de Saúde (SNS): “O SNS tem meios e recursos humanos para fazer o diagnóstico de todos os alunos?”, questionou Eduarda Cabrita.
A associação contesta também a proposta segundo a qual os pais deixam de ser um dos elementos que podem referenciar a criança, solicitando depois um diagnóstico.
No debate que hoje se realiza em Lisboa, e que conta com a participação da ex-ministra da Saúde Ana Jorge, a associação pretende deixar um “olhar realista sobre a (in)visibilidade da dislexia no sistema educativo português”.
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