O número de abortos realizados por opção da mulher nos últimos três anos tem sido inferior ao valor estimado antes da lei que veio permitir a interrupção voluntária da gravidez, em vigor desde 15 de julho de 2007.
Em 2008 realizaram-se 18.014 abortos por decisão da mulher até às 10 semanas de gravidez, em 2009 foram 19.222 e em 2010 registaram-se 18.911, segundo dados da Direção-Geral da Saúde (DGS).
São desconhecidos os números absolutos de abortos por opção da mulher antes de 15 de julho de 2007. Mas, segundo os relatórios da DGS, os números estimados eram de 20 mil interrupções por ano
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Os dados mais recentes, de 2010, mostram um ligeiro decréscimo de abortos por opção em relação a 2009, uma redução de cerca de 300 interrupções.
Além das que foram feitas por opção da mulher, registaram-se no ano passado 440 abortos devido a grave doença ou malformação congénita e 66 para evitar perigo de morte ou grave e duradoura lesão para a grávida.
Onze interrupções foram feitas em gravidezes resultantes de crime contra a liberdade e autodeterminação sexual e oito como único meio de remover perigo de morte ou lesão para a grávida.
Dos abortos efetuados por opção da mulher, 251 foram feitos a mulheres que já tinham realizado três ou mais intervenções.
O relatório da DGS diz que 1,86 % tinham realizado outra interrupção em 2010, 6,36 % em 2009 e 4,36% em 2008.
Mas a grande maioria (75,41%) não tinha feito qualquer aborto anteriormente.
Mais de sete mil mulheres (quase 40%) que fizeram aborto no ano passado não tinham filhos, cerca de 5.500 tinham um, 4.321 dois e 1.176 três filhos. Uma das mulheres submetidas a interrupção por sua opção tinha dez filhos.
De acordo com o relatório, a maioria dos procedimentos para o aborto varia de consoante a intervenção é feita no setor público ou no privado. O método cirúrgico com anestesia geral é o mais escolhido no privado, enquanto o público prefere quase sempre o aborto por medicamentos.
12 de julho de 2011