O protesto dos docentes também não desmobilizou os pais de transportar os filhos até às escolas, nem os estudantes, oriundos de outros pontos do distrito de Portalegre, a rumarem a partir do terminal rodoviário até aos estabelecimentos de ensino, constatou a agência Lusa no decorrer de uma ronda pela cidade ao longo da manhã.

“O tempo está mau, mas tenho de ir (à escola). Agora só espero que ao longo do dia possa gozar a greve para justificar a “molha” que já apanhei”, disse, com ironia, João Batista, aluno da Escola Cristóvão Falcão, em declarações à Lusa.

Como são os almoços nas escolas no resto do mundo?
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O Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS) avança que no distrito de Portalegre estão encerrados os jardins-de-infância de Castelo de Vide, Marvão e de Alcáçovas, em Elvas, registando-se uma taxa de 100% de adesão à greve.

“Nesta altura (primeiro bloco da manhã) a adesão à greve no distrito de Portalegre situa-se na ordem dos 30 a 40%, mas são dados muito parciais porque nós temos 18 agrupamentos mais uma escola secundária não agrupada”, justificou a coordenadora distrital do SPZS, Ana Luísa Cayola, em declarações à agência Lusa.

Além destes dados, o SPZS avança que a adesão à greve na Escola Básica 2,3 Garcia d’Orta, em Castelo de Vide, situa-se nos 46%, ao passo que no Agrupamento de Escolas do Bonfim, em Portalegre, a greve situa-se nos 16,6 por cento.

A Escola Básica Ammaia em Marvão regista uma taxa de adesão à greve de 22,2% e, no mesmo concelho, a Escola Básica Manuel Machado regista uma adesão de 33,3 por cento. Já no concelho de Fronteira, a greve atinge os 22% na Escola Básica Integrada Manuel Cardoso.

Greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais

A greve foi convocada pelas dez estruturas sindicais de professores que assinaram a declaração de compromisso com o Governo, entre as quais as duas federações - Federação Nacional de Educação (FNE) e Federação Nacional dos Professores (Fenprof) - e oito organizações mais pequenas.

A greve arrancou na terça-feira nos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém e na região autónoma da Madeira e hoje concentra-se na região sul (Évora, Portalegre, Beja e Faro) e no dia 15 na região centro (Coimbra, Viseu, Aveiro, Leiria, Guarda e Castelo Branco).

A paralisação termina sexta-feira na região norte (Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança) e na região autónoma dos Açores.