Os alunos das escolas de Lisboa são convidados a partir de hoje, a encontrarem soluções para a saúde do planeta Terra, num concurso da UNESCO que comemora o Ano Internacional da Química. O concurso escolar “A química entre nós” é ainda integrado nas comemorações do Ano Internacional da Química, promovido pela Comissão Nacional da Unesco. Nos próximos seis meses, os alunos das escolas públicas do 1º 2º e 3º ciclo de Lisboa são convidados a encontrarem soluções e escreverem o final da versão infantil e da versão juvenil da história intitulada “Terra Vita Sadia”, de que resultará um livro. Na história, a Dona Terra está doente e aborrecida com os seus últimos hóspedes, que lhe têm causado imensos problemas de saúde, de forma que a Dona Terra terá de pôr a espécie humana na rua, a não ser que as crianças, em conjunto com os professores, arranjem soluções de cura criativas. “A ideia é envolver os leitores no problema para serem eles a propor o medicamento, nas atitudes do dia a dia, para poderem limpar a casa, senão vamos todos para o olho da rua”, explicou Maria Helena Henriques, uma das autoras do livro, que terá também uma edição em Braille. Para Maria Helena Henriques, as soluções para ajudar a terra poderão ser tão simples, como partilhar o carro com os colegas da escola, lavar os dentes sem a torneira a correr ou evitar o desperdício do papel nos embrulhos nos presentes de Natal. “São contributos para curar a Dona Terra, mas agora depende dos alunos quererem curá-la ou não. As propostas têm de remeter para comportamentos sustentáveis, porque isso é o que vai ser avaliado”, salienta. Para ajudar neste trabalho de sensibilização, uma exposição itinerante também chamada “A química entre nós” irá rodar pelo país, com o objetivo de sensibilizar os mais jovens para a importância desta ciência na resolução dos atuais problemas de saúde, ambientais e alimentares, entre outros. Segundo Elizabeth Silva, da Comissão Nacional da UNESCO, o objetivo destas iniciativas é desmistificar a química junto dos alunos, sensibilizando-os para o facto de que a química existe no dia a dia das pessoas, para que eles se sintam envolvidos nas soluções que encontram para os problemas. “Está na altura de perceberem que, além do drama e das consequências que sentimos ao nível ambiental, é preciso encontrar soluções”, disse, salientando que nos concursos escolares que tem lançado, a Comissão Nacional da Unesco tem sentido a grande dificuldade que os alunos têm para encontrarem soluções baseadas no conhecimento científico. “Muitas vezes, a solução que apresentam passa por emigrarmos para outro planeta. Ao darem esta resposta isto significa que de facto estamos a falhar. Os cientistas não estão a comunicar, os decisores políticos não estão a aplicar o potencial científico sobre diversas matérias e, portanto, temos de sensibilizar estes alunos para atuarem com as soluções que a ciência apresenta”, disse. Os prémios para as soluções mais criativas para curar a Dona Terra serão entregues em junho. Na iniciativa participam também a Câmara de Lisboa e a sociedade portuguesa de química, além de empresas e organismos públicos e privados.
12 de dezembro de 2011