A TSF fala hoje no caso da Escola Delfim Santos, em Lisboa, que foi visitada pela Quercus a pedido dos encarregados da educação devido ao elevado estado de degradação das coberturas. "Uma vez que apresentam já alguma degradação e têm uma relação direta com o interior do edifício, deveriam ter sido feitas análises para perceber se está a ocorrer a libertação de fibras para o interior do edifício, onde circulam funcionários e estudantes", explica Carmen Lima, da Quercus, citada pela referida rádio.

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Segundo a Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Pública, há 230 obras de requalificação a decorrer em escolas de todo o país, algumas das quais para a retirada de materiais com amianto.

"Aquilo que nós temos verificado é que não está a haver monitorização da situação dessas escolas e não havendo esse acompanhamento por parte do Ministério não está a haver segurança e informação aos encarregados de educação e aos funcionários de que a situação está a ser acompanhada", comenta ainda Carmen Lima.

Também a FENPROF reclamou no final de agosto a ausência de esclarecimentos do Ministério da Educação e falhas no acesso à lista de estabelecimentos com amianto. Mário Nogueira chamou também a atenção para as escolas em obras e para a retirada de amianto que deveria ter sido feito durante as férias e não foi. "Se o ministro diz que as condições estão criadas e está a referir-se ao trabalho dos professores e das escolas, isso está feito, mas há problemas cuja resolução é da competência do ministério", comentou.

O que é o amianto?

O amianto é uma fibra natural que foi classificada pela Centro Internacional de Investigação do Cancro (IARC) como carcinogénico (suscetível de produzir ou favorecer o cancro).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) chega mesmo a referir que "não se conhecem valores limites de exposição abaixo dos quais não haja risco cancerígeno" e alerta para os riscos de exposição ao amianto e seus efeitos na saúde ambiental.

Em 2003, na Alemanha (Dresden), a Conferência Europeia sobre Amianto, considerou que o amianto continuava a ser o mais importante agente tóxico cancerígeno, presente nos locais de trabalho, na maioria dos países.