O estudo intitulado Uso de medicamentos psicotrópicos e polimedicação em crianças com perturbações do espectro do autismo (no original, Psychotropic Medication Use and Polypharmacy in Children with Autism Spectrum Disorders), publicada na mais recente edição da revista Pediatrics, analisou planos de saúde e receitas médicas, bem como informação sociodemográfica, de 2001 a 2009.

 

Os autores do estudo descobriram que a 35 por cento das crianças diagnosticadas com perturbações do espectro do autismo foram simultaneamente prescritos dois ou mais medicamentos que envolvem múltiplas classes de psicotrópicos e com um duração mínima de tratamento igual a 30 dias (polimedicação psicotrópica) e 15 por cento tinham evidência de polimedicação envolvendo três ou mais classes de medicamentos. As combinações comuns de classes de medicamentos incluem:

Antidepressivos e medicamentos para distúrbios do défice de atenção;

Medicamentos antipsicóticos e medicamentos para distúrbios do défice de atenção;

Antipsicóticos e antidepressivos;

Antipsicóticos, antidepressivos e medicamentos para distúrbios do défice de atenção.

 

De acordo com os autores do estudo, alguns médicos que cuidam de crianças com perturbações do espectro do autismo podem não estar cientes da extensão e dos efeitos do consumo de psicofármacos, especialmente em combinação com outros medicamentos. Tal poderá ser uma preocupação particular para estas crianças complexas que muitas vezes consultam diferentes médicos.

 

Os autores recomendam que os prestadores de cuidados primários acompanhem atentamente a prescrição de medicamentos, sintomas e eficácia. Também recomendam que sejam desenvolvidos padrões de cuidados na utilização de medicação psicotrópica, especialmente em doentes com autismo.

 

 

Maria João Pratt

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