Nuno Marques confirmou ainda que a Associação de Estudantes da Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha (AE ESAD.CR) convocou para a tarde de hoje uma “reunião informal” de representantes de alunos de todo o país, na qual estão confirmadas as participações de 31 estruturas associativas para “discutir os problemas do ensino superior”.
“Tanto o abandono dos estudos, como a degradação da saúde mental dos estudantes e todos os problemas que o ensino superior está a ter com o ensino ‘online’. Uma eventual posição conjunta partirá dessa discussão. Também cabe ao movimento estudantil decidir o seu próprio futuro”, apontou o vice-presidente da AE ESAD.CR.
Em comunicado, a associação de estudantes daquela instituição de ensino do Oeste frisou que, apesar de compreensíveis, em função da “incapacidade de algumas instituições” para garantir a segurança, as medidas implementadas obrigaram a um “reajuste de ritmos de vida, de dinâmicas e de modelos pedagógicos” que expôs os “problemas estruturais” do ensino superior.
“O que se verificou foi a confirmação de que não estamos todos no mesmo barco. Muitos foram os estudantes que deixaram de conseguir acompanhar as aulas, de ter condições para realizar os trabalhos pedidos, que viram a carga de trabalhos aumentar e, como se isto não bastasse, muitos viram a própria saúde mental a degradar-se, havendo cada vez mais casos de depressão e ansiedade”, refere o comunicado estudantil.
Motivos mais do que suficientes para que Nuno Marques afirme que as medidas de apoio à economia que têm vindo a ser anunciadas pelo Governo, ao longo da pandemia, “não contemplam” o ensino superior.
“O Governo não está a ter uma posição favorável para os estudantes. Estamos em casa e continuamos a pagar propinas. Há muitos alunos que têm condições degradantes em casa, que não têm computador ou que têm de o partilhar com outros elementos do agregado familiar e a ação social não chega a esses alunos”, criticou Nuno Marques.
Por isso, é necessário “mais investimento” no ensino superior, tanto “a nível material” como nos problemas que referidos.
“A perda de rendimentos das famílias, associada aos custos de frequência do ensino superior centra mais uma vez o combate ao abandono escolar como missão prioritária. Ninguém deve ficar privado de estudar por não ter condições económicas e urge dar uma resposta a este grave problema”, apelam os estudantes.
A reunião de hoje, às 17:30, será “sobretudo informal”, frisou Nuno Marques, mas servirá “debater e refletir sobre o atual estado do ensino superior e o contexto em que se encontram os seus alunos”.
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