"Um país que consegue estar melhor é um país que tem de responder a quem está na situação mais vulnerável de todas", defendeu Catarina Martins, em conferência de imprensa na sede nacional do BE em Lisboa, sublinhando que as crianças e os jovens persistem enquanto grupo social em maior risco de pobreza em Portugal, e aquele em que as melhorias demoram mais a fazer-se sentir.

A garantia do acesso ao pré-escolar aos três anos, a entrega de vales às famílias para compra de livros e material escolar - para que não tenham de adiantar a despesa, esperando pela devolução do Estado -, a universalização dos pequenos-almoços nas escolas, refeições durante as férias escolares, distribuição de antiparasitários, acesso a dentista e oftalmologista nos centros de saúde, atualização do abono de família e do rendimento social de inserção, constituem o núcleo das medidas propostas.

Algumas das medidas estão já previstas pelo Governo mas não estão a ser concretizadas, e para estas o Bloco apresentará na Assembleia da República recomendações ao executivo para a sua concretização, outras passam pela universalização de medidas aplicadas em projetos-piloto ou aos chamados territórios educativos de intervenção prioritária.

A estratégia, a dez anos (2017-2027), é inspirada no compromisso para a erradicação do trabalho infantil, e como este plano, que foi bem-sucedido no passado, deve ter medidas, metas, dados e estatísticas revelados de forma transparente, defendeu Catarina Martins.