De acordo com alguns estudos, cerca de 98% das mulheres que tentaram engravidar e tiveram abortos espontâneos apresentaram algum tipo de problema imunológico. Na maioria dos casos é possível serem diagnosticados com exames simples e de forma convencional. Embora exista sempre uma causa para a infertilidade, esta pode ser investigada e tratada com mais de 90% de êxito. Descubra quais os problemas imunológicos mais frequentes, que acabam por impedir a implantação do embrião ou até mesmo provocar abortos espontâneos.

Tiroidite - Esta é uma doença autoimune que leva ao hipotireoidismo. Este problema faz com que a mulher produza anticorpos que dificultam a implantação do embrião ou a inflamação na placenta, acabando por provocar o aborto. Este problema costuma afetar cerca de 20% das mulheres e é possível ser descoberto através de um exame feito ao sangue. O seu tratamento é feito com o uso de corticoesteroides, que não atravessam a placenta como é caso da prednisona.

Endometrite Crônica - Esta doença é causada por uma inflamação do endométrio, um tecido que reveste a parede interna do útero, provocada provavelmente pela alteração imunológica ou infecciosa. O problema impede a implantação do embrião e após o tratamento, a paciente volta a ser fértil. Afeta cerca de 80% das mulheres com infertilidade sem causa aparente e 30% das mulheres que tem um aborto precoce. O tratamento é feito através de histeroscopia cirúrgica, antibióticos e anti-inflamatórios.

Trombofilias - Este problema provoca alterações na coagulação sanguínea e imunológica, desenvolvendo anticorpos que atacam a placenta, impedindo a implantação do embrião. Afeta em média 20 a 60% das mulheres e pode ser detetado através de um exame de sangue. O seu tratamento é feito pelo uso de enoxaparina sódica.

Aloimunidade - Esta doença é conhecida como a imunidade a outro indivíduo. É quando o casal tem semelhanças genéticas e o corpo da mulher não reconhece a gravidez, acabando por rejeitar o feto. É comum incidir sobre 61% das mulheres com aborto precoce e pode ser detetado com uma prova cruzada por citometria de fluxo, que mede os anticorpos contra linfócitos paternos no sangue da mãe. É ainda possível sujeitar-se a uma vacina produzida com linfócitos do sangue do sangue do pai, assim o organismo da mulher é estimulado e acaba por produzir anticorpos que não rejeitam as proteínas paternas.

Fator antinuclear - É designado assim, quando os anticorpos do próprio organismo impedem o avanço da gestação. Acontece em cerca de 50% das mulheres e é detetado através da dosagem de fator anti-núcleo (FAN). O seu tratamento é feito com prednisona, um corticoide, que não atravessa a placenta, trata a inflamação e permite à mulher ter uma gestação normal.